Autarquia de Almada diz que regulamento do Agroparque foi trabalhado com os agricultores

Autarquia de Almada diz que regulamento do Agroparque foi trabalhado com os agricultores

Autarquia de Almada diz que regulamento do Agroparque foi trabalhado com os agricultores

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Associação Agrária defende que as regras do regulamento, aprovado na assembleia municipal no final de julho, não têm em conta a realidade do terreno

A Câmara Municipal de Almada (CMA) garantiu esta quarta-feira que o regulamento do Agroparque das Terras da Costa e do Mar pretende apoiar e não limitar a atividade agrícola e assegurou que o mesmo foi trabalhado com os agricultores.

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“A CMA reafirma que o regulamento tem como objetivo apoiar e não limitar a atividade agrícola, e que qualquer intervenção urbanística, incluindo o Ecoedifício, respeitará a legislação e salvaguardará a utilização sustentável do solo fértil”, refere a autarquia em comunicado enviado à agência Lusa.

Os esclarecimentos da Câmara Municipal de Almada surgem na sequência da marcação, para sexta-feira, de uma marcha lenta pela Associação Agrária e para a Proteção Ambiental da Costa da Caparica (AAPACC), contra o regulamento do Agroparque, por considerar que foi feito sem escutar os agricultores.

Segundo a autarquia, o Agroparque integra o Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecidas, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e representa um investimento total de 2,75 milhões de euros, destinado a apoiar a agricultura local, promover a sustentabilidade e garantir a preservação das Terras da Costa a longo prazo.

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A marcha, segundo a associação, foi decidida por unanimidade numa reunião no dia 10 de agosto, na qual “agricultores e moradores, indignados e preocupados, decidiram avançar para a rua para defender o que consideram ser o direito à sobrevivência da agricultura e da própria comunidade das Terras da Costa”.

A Associação Agrária defende que as regras do regulamento, aprovado na assembleia municipal no final de julho, não têm em conta a realidade do terreno nem as necessidades da produção agrícola tradicional.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a autarquia de Almada sublinha que o processo foi participado e que, durante a fase de consulta pública, estiveram envolvidos representantes de associações agrícolas em cinco reuniões formais do Grupo de Trabalho, e foram recebidas 67 participações escritas, todas analisadas no Relatório de Ponderação.

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O processo, adianta a CMA incluiu o período de participação preventiva (22 de maio a 06 de junho de 2024), a revisão da proposta de regulamento com participação direta das associações agrícolas e a consulta pública oficial (terminou a 13 de maio de 2025), com acolhimento e integração de alterações propostas por diferentes forças políticas, resultando na modificação de artigos do regulamento.

A Câmara Municipal de Almada refere ainda que foram realizadas aproximadamente 30 reuniões abertas com agricultores, cerca de 26 sessões de apoio técnico e 24 sessões de apoio técnico sobre planos de negócio e criada formação certificada em Agricultura Biológica (50 horas) para 18 formandos e formação introdutória (3 horas) para 23 formandos.

Além disso, adianta a autarquia, realizaram-se ações de capacitação em áreas como marketing, desenvolvimento de produto, associativismo e empreendedorismo, incluindo visitas técnicas a projetos de referência, como o Parque Agroalimentar de Fuenlabrada (Espanha), para todos os agricultores interessados.

A CMA sublinha que “continuará disponível para diálogo e para o trabalho conjunto com a comunidade agrícola, de forma a proteger este património único do ponto de vista ambiental, social e económico”.

“O objetivo é simples: preservar as Terras da Costa, apoiar quem nelas trabalha e garantir que esta herança agrícola chega às gerações futuras”, refere a autarquia.

A Associação Agrária e para a Proteção Ambiental da Costa da Caparica contesta também o fecho da estrada principal de acesso às Terras da Costa, ocorrido há cerca de duas semanas.

Para a associação, esta situação é insustentável e perigosa, bloqueando a atividade económica, colocando em risco a segurança das pessoas e ameaçando a preservação de um dos últimos espaços agrícolas junto à frente atlântica.

Em resposta, a Câmara Municipal de Almada refere que está a acompanhar a situação de forma prioritária, garantindo que serão asseguradas condições seguras para circulação de veículos de emergência, agricultores e residentes.

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