Reorganização das freguesias em 1976 marcou um passo decisivo para a autonomia política e participação democrática no concelho
Em 1976, no rescaldo da Revolução dos Cravos, Portugal deu um passo decisivo rumo à descentralização e democratização com a aprovação da nova Constituição, que trouxe profundas mudanças administrativas em todo o País.
No concelho de Santiago do Cacém, essa reforma traduziu-se numa reorganização das freguesias, reforçando a autonomia local e a participação política da população.
A reforma administrativa estabeleceu a divisão do concelho em freguesias com competências e limites bem definidos, conferindo-lhes maior poder para gerir directamente as necessidades das comunidades. Essa mudança permitiu que as freguesias se tornassem órgãos autárquicos mais independentes, com capacidade administrativa, financeira e política para administrar recursos e prestar serviços públicos essenciais.
Além de conferir autonomia, a criação das assembleias de freguesia fomentou a participação democrática, aproximando os cidadãos das decisões locais. Este novo modelo de governação permitiu maior proximidade entre população e instituições, facilitando o acesso a serviços públicos como educação, saúde, infra-estrutura e apoio social.
Para Santiago do Cacém, a Reforma Administrativa de 1976 representou um marco que contribuiu para o desenvolvimento político e social do concelho. Ao fortalecer as freguesias e descentralizar o poder, criou-se uma base sólida para que as comunidades locais assumissem um papel ativo no seu próprio futuro, promovendo a coesão social e o progresso.
Este processo também teve impacto nas eleições autárquicas, que passaram a reflectir com maior fidelidade as necessidades e desejos das populações locais, tornando a democracia mais participativa e inclusiva.
Assim, mais de quatro décadas depois, a Reforma Administrativa continua a ser um pilar fundamental na organização política de Santiago do Cacém, tendo contribuído decisivamente para o fortalecimento do autogoverno e da identidade local.