Exposição sobre cultura contemporânea angolana no Centro de Artes de Sines

Exposição sobre cultura contemporânea angolana no Centro de Artes de Sines

Exposição sobre cultura contemporânea angolana no Centro de Artes de Sines

Mostra recorre a “colagens digitais, à videoarte” e apresenta cinco filmes documentários “que foram produzidos desde os anos 1970 e até 2018”

Uma exposição multidisciplinar que se debruça sobre a cultura contemporânea de Angola, e onde estão representados artistas como Luaty Beirão e Kiluanji Kia Henda, é inaugurada este sábado no Centro de Artes de Sines.

- PUB -

Segundo a Câmara Municipal de Sines a exposição “Balumuka! – Narrativa poética da liberação…ou ainda, Rebelião Poética Kaluanda” é inaugurada às 16 horas deste sábado e vai poder ser visitada até ao dia 15 de Outubro.

Esta mostra “centra-se à volta do som, como algo que cria a possibilidade de sustentar resistência e, no caso da produção musical negra que é indissociável de política, cria certas relações sociais que deixa que a música seja só algo meramente artístico ou um objecto por si só”, explicou hoje o curador André Cunha, em declarações à agência Lusa.

O projecto multidisciplinar junta os artistas Cassiano Bamba, Pedro Coquenão e Luaty Beirão, Zezé Gamboa, Kiluanje Liberdade e Inês Gonçalves, Kiluanji Kia Henda, Kamy Lara, Wyssolela Moreira, António Ole e Gegé M’bakudi e Resem Verkron.

- PUB -

Segundo André Cunha, um dos curadores da exposição, juntamente com Kiluanji Kia Henda, a iniciativa aborda o som numa viagem “desde o tempo da era colonial” em Angola até à actualidade, numa alusão “ao estado social de abandono estatal”.

Sobre a evolução da música “que vem desde o kabetula [estilo de dança tradicional da região do Bengo, em Angola] ao kuduro”, o curador lembrou os “30 anos de evolução de estilos” que “se transformam uns noutros”.

“A criação musical negra não é algo isolada, é algo comunal, que começa com uma pessoa e, ao longo das décadas, continua essa evolução. É uma conversa de base social”, realçou.

- PUB -

A mostra recorre a “colagens digitais, à videoarte” e apresenta cinco filmes documentários “que foram produzidos desde os anos 1970 e até 2018”, como o filme “É Dreda ser Angolano”, do Coletivo Fazuma, de Pedro Coquenão e o Luaty Beirão.

“É um filme do princípio dos anos 2000”, rodado “ao longo de dois anos”, que trata uma sociedade pós-guerra dentro do estilo ‘hip hop kuduro’”, acrescentou.

À Lusa, o curador revelou que estará exposto um arquivo cedido pela Valentim de Carvalho com “gravações em Luanda, dos anos 60 a 70 do século XX, que foram feitas em línguas nacionais, [como] o kibumdo, umbundu, tchokwe”.

Estas gravações “carregavam mensagens anticoloniais que não eram percebidas pela própria editora e pelo público português que [as] consumia”, observou.

O arquivo, que estará exposto numa das duas naves do centro de artes, “tem uma ‘conversa’ com as obras criadas de propósito para a exposição” e da autoria dos artistas Wyssolela Moreira, Gegé M’bakudi e Resem Verkron.

Desta forma, será criada “uma ligação entre o arquivo estatal e o arquivo que tem vindo a ser feito pelos protagonistas da arte”, vincou o curador, da exposição, cuja produção está a cargo da Kizenji – Pesquisa e Intervenção e da KinoYetu, com o apoio do Câmara de Sines e da Vasco Collection.

“As pessoas vão poder sentar-se para assistir aos filmes. É uma exposição que demora algum tempo a ver, porque são horas de filmes, horas de arquivo musical, é algo que tem bastante para pensar e guardar para si mesmo”, aconselhou o curador.

Após a inauguração, a exposição pode ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 14 e as 20 horas, e aos sábados, entre as 12 e as 18 horas.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -

Apoie O SETUBALENSE e o Jornalismo rumo a um futuro mais sustentado

Assine o jornal ou compre conteúdos avulsos. Oferecemos os seus primeiros 3 euros para gastar!

Quer receber aviso de novas notícias? Sim Não