Após plenário marcado para as 10 horas de hoje, em Almada, representantes dos trabalhadores são recebidos pela presidente da Câmara, Inês de Medeiros
Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) voltam a paralisar no domingo e segunda-feira pelo aumento de salários e diminuição da carga horária, estando prevista também uma concentração em frente à Câmara de Almada.
Como “nada se alterou no plano político-sindical da empresa” e não há respostas sobre a proposta de aumento salarial para 750 euros, os trabalhadores e sindicatos convocaram uma nova greve, que, desta vez, “traz a luta para a rua”, adiantou João Saúde, da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
“Vamos fazer uma concentração em frente à Câmara Municipal de Almada, pelas 10:00, e depois seremos recebidos pela senhora presidente” na segunda-feira, revelou o sindicalista, em declarações à agência Lusa.
À semelhança das greves já realizadas em março e abril, a questão central continua a ser o “aumento de salários, os direitos dos trabalhadores e a sobrecarga horária”, segundo João Saúde.
Aliás, numa dessas paralisações, o sindicalista referiu à Lusa que a TST é a rodoviária que “pior paga na Área Metropolitana de Lisboa”.
Em 23 de janeiro, os trabalhadores reuniram-se com a administração para negociar a revisão do Acordo de Empresa, a qual lhes propôs o aumento de salário de 651,61 euros para 670 euros, além de um acréscimo de 0,91 cêntimos nas diuturnidades e de mais cinco euros no trabalho em dias de folga, uma proposta que os trabalhadores consideraram insuficiente.
Perante as reivindicações e greves, em abril, a TST indicou que a proposta de aumento salarial até 750 euros representa um impacto de mais de dois milhões de euros acima dos valores já aplicados em 2019 e que, por isso, é “definitivamente incomportável para o plano de negócios” da empresa.
Há duas semanas os trabalhadores reuniram-se com um elemento da administração responsável pela parte financeira e económica da empresa que, segundo João Saúde, “não trouxe nada de novo”.
“[O membro da administração] mostrou as lamechas do costume, que está tudo mal, como se todos os males caíssem em cima da rodoviária da TST, porque o gasóleo está assim, porque os pneus estão fritos. Como se os carros da Rodoviária de Lisboa, por exemplo, não andassem com o mesmo gasóleo. Não é justificação para não pagarem melhores salários”, frisou.
A última greve dos trabalhadores, realizada em abril, teve uma adesão de 95% segundo o sindicato (75% de acordo com a empresa), e levou à supressão das carreiras de Setúbal para Lisboa, via autoestrada, Ponte Vasco da Gama e Ponte 25 de Abril.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua actividade na Península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos, designadamente Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal.
Lusa