Uma semana depois de ter conquistado o título de campeão da 2.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Setúbal, o Vitória despediu-se sábado da edição 2024/25 do campeonato com um triunfo (3-0) na casa do Clube Recreio e Instrução (CRI). No Parque Desportivo Artur Ferreira Gouveia, em Alhos Vedros (Moita), Tiago Nunes, Catarino e Walter Sá foram os autores dos golos que valeram o 26.º êxito da época.
Nas 30 jornadas realizadas, os setubalenses demonstraram desde a estreia a 6 de Outubro de 2024, dia em que venceram (2-0) no reduto do Samouquense, ser uma equipa sólida, que esteve sempre nos primeiros lugares da classificação. Com apenas três empates (2-2 com Seixal, 0-0 com Lagameças e 1-1 com Cova da Piedade) e uma derrota (2-1 com a ADQC), a superioridade face à concorrência foi, no cômputo geral, uma evidência.
Os 81 pontos somados – mais seis que o 2.º classificado (Cova da Piedade) – em 90 possíveis e o facto de ter terminado a prova com o melhor ataque e defesa, respectivamente, com 118 golos marcados e apenas 11 sofridos ao longo de 30 jornadas atestam a supremacia colectiva dos verdes e brancos. A nível individual, Catarino, autor de 44 golos (o último dos quais no sábado com o CRI), venceu o prémio de melhor artilheiro da competição.
Na antevisão ao encontro, o treinador Paulo Martins vincou a necessidade de a equipa não relaxar depois da festa vivida há uma semana. “O ambiente que se vive é de festa por a equipa ter atingido os objectivos traçados da subida e do título de campeão. Apesar disso, quem veste a camisola do Vitória tem de ter uma mentalidade vencedora. Foi isso que implementámos este ano, semana a semana”.
Na derradeira jornada do campeonato, o timoneiro optou por dar a titularidade a alguns dos atletas menos utilizados ao longo da época. De início alinharam Rodrigo Gomes, Henrique Abrantes, Gui, Fábio Delgado, Kiko, Pimenta, André Nunes, Tiago Nunes, Kiko, Walter Sá e Catarino. Dos onze elementos escalonados nove foram novidades e apenas os dois últimos repetiram a presença no onze em relação à jornada a anterior com o Cova da Piedade.
A actuar com atletas menos rotinados a jogar em partidas oficiais, a turma setubalense sentiu mais dificuldades em zona de finalização em comparação com a maioria dos encontros realizados ao longo da temporada. Com o objectivo de dar mais velocidade e dinâmica ao sector ofensivo para ultrapassar a defesa do conjunto de Alhos Vedros, André Gomes foi a jogo aos 34 minutos, momento em que substituiu André Nunes.
1-0 aos 45 minutos
A mudança surtiu efeitos práticos pouco depois, uma vez que, aos 45 minutos, o Vitória conseguiu inaugurar o marcador por intermédio de Tiago Nunes. Após cruzamento da direita, o jogador, de 23 anos, depois de uma defesa incompleta do guarda-redes o CRI a um cabeceamento de Catarino, foi oportuno na recarga ao remate do colega, conseguindo fazer o 1-0 para alegria dos adeptos vitorianos que se deslocaram a Alhos Vedros.
Ainda antes do jogo, o treinador fez questão de vincar o papel decisivo desempenhado pelos adeptos nos 30 jogos efectuados na época. “Quero deixar-lhes um agradecimento enorme, um obrigado do tamanho do mundo. Habituaram-nos a jogar sempre em casa mesmo quando estávamos a fazê-lo noutros campos. Com as vitórias conquistadas, conseguimos que as pessoas aderissem no apoio à equipa. Não tenho palavras para exprimir o que senti”.
Voltando ao jogo, depois do intervalo, os setubalenses, não obstante terem pela frente a pior defesa da prova (94 golos sofridos à entrada para a última ronda), continuaram a sentir algumas dificuldades para levar a melhor sobre os homens do CRI. Aos 60 minutos, para dar mais robustez física à equipa, o timoneiro dos sadinos efcetuou mais duas mudanças, lançando o médio China e o avançado Ayrton para os lugares de Cabrita e Kiko.
Só após nova dupla substituição – Heta e Jorge Iguarán entraram para os lugares de Tiago Nunes e Pimenta (79 minutos) – o Vitória voltou a mexer no marcador. Volvidos três minutos, a equipa beneficiou de um penálti que Catarino encarregou-se de converter da marca dos 11 metros fixando o resultado em 2-0 num remate com classe que não deu hipóteses ao guarda-redes adversário.
Até ao apito final, os comandados de Paulo Martins voltaram a festejar, desta vez o responsável pela alegria foi Walter Sá. Aos 90 minutos, o atacante driblou dois adversários no interior da área e rematou cruzado para o 3-0 final naquele que fica para a história como o último dos 118 tentos marcados pela equipa na temporada em que o Vitória ascendeu ao escalão principal da AF Setúbal.
