Demagogia, feita à maneira

Demagogia, feita à maneira

Demagogia, feita à maneira

17 Abril 2025, Quinta-feira
Presidente da Juventude Socialista do Seixal

Dando nas vistas em qualquer lugar e jogando com as palavras como ninguém fomos vendo o atual primeiro-ministro a prometer tudo a todos: a saúde e o SNS resolviam-se em 60 dias, a habitação, cortam-se os impostos e zás, magia… os preços das casas aumentaram… Trotsky tinha para ele o conceito de “Revolução Permanente”, Montenegro e seu governo descobriram a “Campanha Permanente”. Prometendo tudo a todos vai Montenegro inebriado. O problema é sempre o dia seguinte.

Ora vejamos: “Banco de Portugal prevê regresso de défices nos próximos três anos”, Expresso.  Vindo o país de um período de responsabilidade orçamental durante a última governação do Partido Socialista é agora estranho observar esta manchete. Tendo em conta o atual contexto externo, é entorpecedor ver no cenário macroeconómico da AD/PPD uma estimativa de crescimento médio ao ano de 2.8% até 2029.

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Sabendo o primeiro-ministro como contornar as mais diretas perguntas fica por perceber como é que a AD pretende alcançar estas previsões delirantes num país que sendo uma pequena economia aberta (no contexto dos países desenvolvidos) se constipa sempre que os nossos principais mercados de exportação apanham um resfriado… (em caso de dúvida corta-se a eito o IRC).

Aproveitando todo o espaço que lhes oferecem na rádio e nos jornais acusam o PS de ter um cenário económico sem rasgo e sem ambição (média de 2% de crescimento ao ano até 2029)… no Partido Socialista sabemos que a prudência e o realismo devem sempre guiar qualquer exercício de projeção económica no qual assenta a política orçamental proposta. No PS não confundimos delírios com ambição. O cenário económico da AD é uma charada, uma fantasia e um exercício de adivinhação arriscado.

A contenção orçamental não é um fim em si mesmo. É um meio de assegurar que nunca mais o nosso país perde parte da sua soberania. É um meio para afirmar a credibilidade do nosso exercício orçamental e de baixar os custos de financiamento do estado. É a forma de garantir que o estado tem, num momento de excecional necessidade, margem de manobra para executar despesa e evitar soluços maiores na economia do país.

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Falando com desembaraço (como se fossem formados em falar demais) é muito comum ouvir membros do atual governo acusar o Partido Socialista de ter uma “receita para desastre”. Deixo outra manchete: “Medidas fiscais da AD valem o dobro do pacote eleitoral do PS “esta é do Jornal de Negócios. O delírio é francamente preocupante.

Ver o ministro da economia, para levar a água ao seu moinho, numa conferência de imprensa em São Bento a desmentir-se a si mesmo (numa questão de minutos) acerca do défice foi, no mínimo, constrangedor. É caso para dizer: tem nas mãos uma lata descomunal! Fiquemos com outra manchete: “Conselho das Finanças Públicas contraria Governo e prevê défice já no próximo ano” esta é da RTP.

A demagogia feita à maneira, é como queijo numa ratoeira. Luís Montenegro toma os portugueses por parvos. Saibamos ter um debate sério que não procure tudo baralhar e todos confundir. Num momento de grande incerteza externa o país pode contar com a proposta séria, prudente e responsável do PS. Uma proposta com horizonte de progresso. Uma proposta assente na realidade que procura transformar e fazer crescer a economia do país para gerar a prosperidade que nos permitirá a todos ter um futuro mais risonho. Um futuro que é já!

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