Pedro Santos, presidente da Mutualista, diz que licença da Entidade Reguladora da Saúde pode chegar a qualquer momento
A União Mutualista Nossa Senhora da Conceição e a Clínica Affidea, no Montijo, têm tudo a postos para realizar exames complementares de diagnóstico, comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Mas falta uma autorização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para que os serviços possam começar a funcionar.
A revelação foi feita por Pedro Santos, presidente do conselho de administração da Mutualista, em entrevista concedida a O SETUBALENSE e à Rádio Popular FM.
“Falta uma autorização de funcionamento dos equipamentos que a ERS tem de passar à Affidea. Os equipamentos radiológicos carecem de uma autorização especial. É preciso atestar que as salas estão bem isoladas para se poder operar esses equipamentos. Aguarda-se essa autorização a qualquer momento. Assim que chegar essa autorização técnica, no dia a seguir estamos a funcionar na clínica”, explicou o responsável.
Os exames de radiologia e cardiologia, como TAC, radiografias, mamografias, ecografias, ecocardiogramas, electrocardiogramas, entre outros, vão voltar a poder ser efectuados com comparticipação do SNS, ao abrigo das convenções que a Mutualista detém, na Clínica Affidea, no âmbito de uma parceria estabelecida entre estas duas entidades.
A Mutualista vai assegurar a realização de exames na clínica, onde terá um “front office” para funcionar. E todos os utentes, independentemente de serem ou não associados da instituição, vão poder fazer ali aquilo a que habitualmente chamam “exames pela caixa”, esclareceu. “Os exames convencionados são para todos. A única vantagem que os associados da União Mutualista têm é poderem utilizar as consultas especializadas na Affidea pelo preço que tinham na nossa [ex-]clínica da Serpa Pinto: 42 euros”, adiantou.
Fechado ficou o capítulo com o grupo CUF, a quem a Mutualista tinha previsto ceder as convenções para realização de exames comparticipados pelo SNS.
“Quem se portou mal connosco foi a tutela da saúde. Perguntámos se podíamos ceder as nossas convenções a uma entidade privada com fins lucrativos. No dia 7 de Novembro de 2017 tivemos resposta da então Administração Regional de Saúde a autorizar a transferência da titularidade das convenções [cardiologia e radiologia] que tínhamos celebradas com o SNS”, lembrou.
O pior, lamentou, veio depois. “Em 10 de Novembro de 2023, a mesma entidade, as mesmas pessoas, vieram dizer que isso já não era possível, tinham-se enganado na autorização que nos tinham dado, porque a portaria tinha mudado entretanto. E a Clínica CUF à espera de ter as convenções. Tivemos de chegar a acordo com a CUF e de refazer os moldes desta ideia. Entretanto, surgiu a Affidea no Montijo. Como as convenções são nossas, e não são passíveis de ceder a terceiros, seremos nós a operacionalizar os exames na Clínica Affidea”, revelou.
O processo aguarda apenas pela necessária autorização técnica da ERS para que os exames possam começar a ser feitos.