Reforço do número de comboios da Fertagus que asseguram a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa foi outra reivindicação dos eleito
Os eleitos da Assembleia Municipal de Almada defenderam hoje uma melhoria dos transportes públicos e a deslocalização ou abolição do pórtico da Queimada na Autoestrada 33 (A33), que dizem ser responsável pela sobrecarga nas estradas da Charneca da Caparica.
O reforço do número de comboios da Fertagus que asseguram a ligação ferroviária entre Setúbal e Lisboa foi outra reivindicação dos eleitos daquele órgão autárquico, que hoje foram ouvidos na comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação da Assembleia da República.
“Há mais de uma década que reivindicamos a abolição do pórtico da Queimada”, disse o deputado municipal José Rocha (BE), lamentando que as reuniões da Assembleia Municipal de Almada com diversas entidades não tivessem resultado ainda na abolição das portagens naquele troço da A33, Circular Regional Interior da Península de Setúbal (CRIPS).
José Rocha disse ainda que a nova frota de 10 barcos 100% eléctricos para a travessia do Tejo, um investimento de 100 milhões de euros, é “claramente insuficiente” para dar resposta às necessidades dos utentes.
Se nos transportes fluviais do concelho de Almada a resposta é insuficiente, o mesmo se passa com os comboios da Fertagus, salientou ainda o eleito do Chega, Nuno Mendes.
“É necessário mais material circulante. A Fertagus está presa aos 18 comboios que tem e temos de equacionar o reforço da oferta da Fertagus, com a CP ou com a aquisição de mais material circulante”, disse Nuno Mendes, lembrando a sobrelotação dos comboios que fazem a travessia da ponte 25 de Abril que se verifica desde Dezembro, quando os comboios entre Setúbal e Lisboa passaram a circular de 20 em 20 minutos.
Apesar de reconhecerem que nos últimos anos houve uma melhoria significativa dos transportes públicos, “com a redução do preço dos passes sociais e a criação da Carris Metropolitana, que deu uma cobertura mais abrangente e com maior frequência”, como sublinhou o deputado municipal do PS Ivo Almeida, os eleitos da Assembleia Municipal de Almada alertaram para a necessidade de se encontrarem respostas para os muitos problemas que subsistem na área da mobilidade, não só em Almada, mas em toda a Península de Setúbal.
A criação de um corredor ‘bus’ para transportes públicos no Itinerário Complementar 20 (Almada/Costa da Caparica), ligações fluviais entre Porto Brandão e Belém, a construção de um túnel entre Algés (Lisboa) e a Trafaria (Almada), “para dar resposta ao tráfego rodoviário dos concelhos vizinhos do Barreiro, Moita, Seixal e Sesimbra, que desagua no concelho de Almada”, foram outras sugestões apresentadas na reunião com a comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação.
Na audiência, o presidente da comissão permanente de Transportes, Mobilidade e Acessibilidades da Assembleia Municipal de Almada, Luís Palma (CDU), lembrou que as diferentes forças políticas andam a discutir o problema dos transportes e dos investimentos necessários há anos e que chegam muitas vezes às mesmas conclusões, mas que as soluções para os problemas tardam em ser concretizadas.
“Temos é que transformar estas nossas conclusões numa vontade política e executar estas obras. Isso é que é verdadeiramente fundamental”, frisou.