Os sub-19 do Vitória garantiram no fim-de-semana a presença na fase de subida do Campeonato Nacional da II divisão (série E), após vencerem na derradeira jornada na casa do Lusitano de Évora, por 2-0. Além de garantir automaticamente a manutenção no segundo patamar do escalão, o segundo lugar alcançado pelos sadinos permite à equipa ser um dos 12 clubes que vão lutar pela subida à I Divisão.
Na partida da 18.ª jornada, realizada sábado no campo n.º 2 da Academia do clube eborense, Tiago Miguel e Martim Seca – atletas que têm de forma irregular integrado os trabalhos da equipa sénior –, aos 30 e 75 minutos, respectivamente, foram os autores dos golos que deram o triunfo aos comandados de Ricardo Diogo. Com o resultado obtido, os vitorianos concluíram a prova com 38 pontos, mais quatro que o Louletano (3.º) que foi derrotado (3-0) na derradeira ronda no reduto do Barreirense.
Com um total de 11 êxitos, cinco empates e duas derrotas, os verdes e brancos apenas ficaram atrás do Estoril que estará com o Vitória envolvido na luta pelo regresso à 1.ª divisão de sub-19. Os restantes 10 serão os dois clubes melhor classificados de cada série (A, B, C, D), acrescidos de um clube representante dos Açores e Madeira, num total de 12 clubes, são apurados para a 2.ª Fase – Subida.
O regulamento da FPF determina que a 2.ª Fase – Subida é disputada por 12 clubes, que são divididos por duas séries de seis equipas, distribuídos de acordo com a sua localização geográfica. Os três clubes melhor classificados em cada uma das séries, num total de seis clubes sobem automaticamente ao Campeonato Nacional sub-19 da I Divisão, sendo que o primeiro classificado de cada série apura-se para a 3.ª fase – Apuramento de Campeão.
“Vamos sonhar”
A passagem à fase de subida só foi possível com muito sacrifício de todos os envolvidos. Quem o diz é o treinador Ricardo Diogo quando instado a fazer um banaço da época até ao momento. ”Logo de início sabíamos que ia ser uma época muito difícil. Relembro que a poucos dias de começarmos os trabalhos muitos jogadores desvincularam-se e começámos uma pré-época com muito poucos jogadores inscritos”, começou por dizer.
“Estamos a falar de 12/13 jogadores inscritos (novos no clube, mais 5 transitaram) e 8/9 jogadores à experiência em que muitos deles não ficaram. Analisámos e a estrutura coordenativa e técnica achou que não tinham o nível para o nosso projecto. Fomos construindo, fomos tentando arranjar jogadores com algumas características específicas mais do que técnicas e tácticas, mentais e que tivessem alguns valores importantes para nós”, frisou.
O timoneiro dos sadinos, de 31 anos, revelou a forma como se formou a equipa. “Tentámos criar um grupo de 1.º ano para que conseguíssemos em dois anos atacar uma subida de divisão ou pelo menos para estar numa disputa dessas. Neste momento, é fácil dizer que estamos acima das expectativas porque conseguimos uma vaga na fase de subida. Tudo pode ser muito bonito porque ganhamos e parece que está tudo bem, e se perdermos vai parecer que esta tudo mal e não é essa a realidade”.
A presença na fase de subida representa que a permanência na 2.ª divisão já foi alcançada. “A equipa está acima das expectativas porque o objectivo era a manutenção. Ao passarmos à próxima fase alcançámos automaticamente esse objectivo e vamos sonhar. Somos o Vitória temos que fazer sonhar as nossas famílias, os nossos adeptos E é isso que queremos fazer, trabalhamos muito para fazermos melhor”.
E acrescenta: “Agarramo-nos uns aos outros com um sentimento de pertença muito grande e tentamos dar um bocadinho de nós a cada um para alcançarmos o patamar seguinte. Tentamos sempre acrescentar alguma coisa e é isso que motiva este grupo de jogadores, perceber que esta casa, independentemente das dificuldades que vivemos, é uma casa que consegue criar condições para conseguirmos alcançar o patamar seguinte”.
Em relação ao futuro, Ricardo Diogo não tem dúvidas das qualidades dos jovens atletas que integram o plantel, motivo pelo qual não hesita em afirmar que muitos dos seus pupilos vão conseguir singrar no futebol. “Muitos deles vão chegar a profissionais. Tenho essa convicção, alguns deles são especiais e vão certamente passar ao patamar seguinte. Em termos colectivos, estamos acima das expectativas, mas continuamos a sonhar, continuamos a ser o Vitoria, independentemente do contexto que o clube vive”.