Em causa, o eventual fecho da maternidade do Barreiro. João Afonso questiona capacidade e competência de Ana Paula Martins. E deixa ainda um recado para outros ministros
Desde que avançou com a possibilidade de encerramento da maternidade do Barreiro, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, tem sido alvo de um coro de críticas e de pedidos de explicações, quer por parte de deputados parlamentares, do próprio PSD e do PCP, como também de autarcas da região. Mas ninguém foi tão longe como o social-democrata João Afonso, vereador da Câmara do Montijo, que questiona a capacidade e a competência da ministra, ao ponto de pedir a cabeça da governante, caso Ana Paula Martins não justifique o que pretende fazer para reformar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em comunicado enviado à redacção de O SETUBALENSE, João Afonso, que preside também à concelhia do Montijo do PSD – e que já foi aprovado como (re)candidato à presidência da Câmara pelos social-democratas – arrasa a ministra da Saúde e deixa um recado para os responsáveis pelas pastas ministeriais eleitos pelo seu próprio partido.
“Os ministros do PSD não podem continuar em funções desculpabilizando-se com a incompetência passada do Partido Socialista e revelarem, simultaneamente, total incapacidade para fazer aquilo que se impõe”, atira o vereador montijense.
O autarca social-democrata considera que a intenção manifestada pela ministra da Saúde de encerrar o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia do Hospital do Barreiro “é uma péssima notícia para as mulheres e população do Montijo” e dispara: “A sra. ministra da Saúde tem manifestado um desnorte que a todos nos deve preocupar, não aceitando o PSD do Montijo que os montijenses vítimas do socialismo passem a vítimas da Social Democracia. A sra. ministra da Saúde deverá informar os portugueses se tem ou não capacidade e condições para o exercício do cargo e para executar as reformas estruturais que o SNS desesperadamente precisa.”
João Afonso considera que Ana Paula Martins “deverá explicar ao País o que pretende fazer para reformar o SNS em oposição às medidas casuísticas e desesperadas de encerramento de serviços de saúde fundamentais para o bem-estar e dignidade das populações”. Se a ministra não o fizer, adianta, “deverá apresentar a sua demissão para que imediatamente seja substituída por outrem capaz de fazer o que é preciso ser feito”.
O SNS necessita, segundo João Afonso, de “uma profunda reforma onde se impõe a substituição da incapaz e burocrática gestão publica pela gestão profissional”.
