Autarca explica que amanhã irá estar com o ministro das Infraestruturas e pretende transmitir “a insatisfação dos habitantes do concelho”
O presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, apelou esta quarta-feira aos munícipes que lhe enviem fotos sobre as condições de transporte nos comboios da Fertagus, para comprovar que o serviço “está a ser feito sem respeito pelos utentes”.
Numa informação aos munícipes na rede social Facebook, o autarca explica que reuniu-se com a Fertagus e que a empresa alega que, entre as 7 e as 9 horas, os comboios circulam com 65% da capacidade.
O presidente da Câmara Municipal do Seixal, contesta estes números, considerando que se os comboios circulassem com 65% da capacidade não havia tantas queixas e garante que nas próximas semanas vai deslocar-se às estações do concelho e apresentar provas da sobrelotação.
“Todos aqueles que se deslocam de manhã para Lisboa sabem que os comboios vão com excesso de lotação e que é impossível que entre as 7 e as 9 horas da manhã os comboios da Fertagus circulem apenas com 65% da sua capacidade”, diz Paulo Silva.
Ainda segundo Paulo Silva, a sobrelotação das carruagens originou a que, na segunda-feira, três utentes se tivessem sentido mal durante o percurso, tendo sido chamado o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
“Isto demonstra que o modo como o serviço está a ser feito está a pôr em causa a saúde da população”, acrescenta, pedindo colaboração aos munícipes através do envio de fotos para o endereço pauloalexandresilva@cm-seixal.pt, para mostrar a realidade vivida por quem diariamente utiliza o serviço.
O autarca da CDU acrescenta que na sexta-feira irá estar com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, e pretende transmitir “a insatisfação dos habitantes do concelho do Seixal sobre o serviço prestado pela Fertagus”.
Na sequência de várias queixas de munícipes, o presidente da Câmara do Seixal realizou na manhã de segunda-feira uma viagem entre Foros de Amora e Corroios, estações ferroviárias situadas no concelho do Seixal, para aferir das condições em que o serviço é prestado.
Em declarações aos jornalistas na altura, Paulo Silva disse que é “chocante” o modo como os passageiros circulam nos comboios da Fertagus, “sem quaisquer condições e como sardinhas em lata”, e exigiu uma resolução urgente do problema.
Os constrangimentos vividos pelos utentes do serviço ferroviário que liga as duas margens, entre Setúbal e Lisboa, foram também já alvo de críticas por parte da presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros (PS).
No dia 14, a autarca deslocou-se à estação que fica no seu concelho (Pragal) e, em declarações públicas, alertou para a necessidade urgente de um reforço do número de carruagens nos comboios da Ponte 25 de Abril, de forma a resolver os constrangimentos registados.
A autarquia de Almada tem também recebido várias queixas de munícipes indicando que, desde que foram alterados os horários do transporte, os comboios que partem de Setúbal enchem rapidamente deixando passageiros de fora, particularmente na estação do Pragal.
A situação já foi igualmente criticada por deputados do PS, que questionaram o ministro das Infraestruturas se existe um plano concreto de investimento em material circulante que permita reforçar a capacidade da Fertagus, assim como uma listagem das medidas concretas que prevê implementar para restabelecer a qualidade do serviço e responder, de forma eficaz, à crescente procura por parte dos cidadãos da península de Setúbal.
A concelhia do PSD do Seixal também já exigiu melhorias imediatas no serviço da Fertagus, incluindo a adequação do número de carruagens nas composições durante as horas de ponta para fazer face ao volume de passageiros, a reparação das composições com infiltrações e intervenções urgentes nas infra-estruturas para evitar atrasos e garantir um serviço eficiente.
