Social-democrata questiona presidente da Câmara via Assembleia da República. Diz ter sido alertado por moradores
Bruno Vitorino, deputado do PSD eleito à Assembleia da República pelo círculo de Setúbal, quer explicações do município do Barreiro sobre o “projecto de construção de uma mega-área comercial e de mais habitação” numa zona dos Fidalguinhos onde “era proibido construir até há bem pouco tempo”. E anunciou que, para o efeito, entregou na Assembleia da República um requerimento dirigido ao presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, pois entende que “o município deve responder a um conjunto de questões que possam ajudar a perceber melhor o que está em causa e se todos os previsíveis impactos na urbanização dos Fidalguinhos e Quinta dos Gatos foram acautelados”.
“As questões prendem-se com o ponto da situação do projecto, empresa promotora, impactos ambientais e aumentos do fluxo de trânsito, entre outros”, revelou, numa nota de Imprensa enviada à redacção de O SETUBALENSE, o social-democrata que, em mandatos anteriores, desempenhou as funções de vereador na Câmara Municipal do Barreiro.
Bruno Vitorino diz ter sido “alertado por moradores” para o processo e admite não ter opinião totalmente formada em relação à ideia do executivo municipal “dar prioridade ao betão naquela urbanização”. Até porque, salienta, este “é um projecto novo, que nunca esteve previsto”. “Para ter opinião, preciso de mais informação, que não foi tornada pública”, defende o parlamentar, ao mesmo tempo que considera que “alterações significativas no espaço público têm impacto na vida das pessoas e devem, por isso, ser o mais transparentes possíveis”.
“Só depois de tudo esclarecido poderei formar opinião sobre o processo e a polémica que o envolve”, adianta. E lembra: “O betão não era a minha opção, mas sim um espaço verde, tipo parque da cidade. Mas também é verdade que o meu projecto foi rejeitado pela população”, recorda, a propósito de não ter sido reeleito vereador.
Ainda de acordo com o deputado teria sido possível ao município adquirir o referido terreno, pois o espaço “tinha pouco valor”, uma vez que “não era possível construir no mesmo”. Agora, Vitorino solicitou, via Assembleia da República, explicações sobre o processo ao líder do executivo municipal.
