O Grupo Desportivo de Alfarim, classificado nesta altura no campeonato distrital da primeira divisão em quinto lugar com 22 pontos, provenientes de 6 vitórias, 4 empates e 3 derrotas, está a ser a grande sensação da competição, seguindo logo atrás de Alcochetense, Pescadores da Caparica, CO Montijo e Sesimbra, clubes que têm objetivos completamente diferentes da formação de Alfarim.
Com tantos pontos conquistados em terreno alheio como em sua própria casa, a equipa tem vindo a surpreender e não fosse um ou outro deslize, ainda poderia estar mais bem posicionada.
Nesta entrevista o presidente da direcção José Fernando Dias fala sobre a forma como a época tem vindo a decorrer e de mais alguns pormenores.
Há quem considere o Alfarim como a grande sensação do campeonato até ao momento. Partilha desta opinião?
Sim, até este momento partilho da opinião de quem nos considera a grande sensação do campeonato. Olhando para orçamentos, as equipas que se encontram à nossa frente têm orçamentos superiores ao nosso, com toda a certeza. Mas, para nós, não é surpresa nenhuma o lugar em que nos encontramos, pois foi o lugar em que, tirando os últimos 5 anos, nos habituámos a estar e onde temos condições, estrutura e jogadores para estar. Não nos podemos esquecer que temos das melhores condições a nível distrital, desde campos, a ginásio, auditório, tudo elementos que fazem com que trabalhemos ao nível dos melhores. Temos 22 pontos, mas podíamos ter mais meia dúzia, pois deixámos alguns em jogos onde fomos infelizes, casos dos jogos na Moita e com o Banheirense em casa, onde estivemos a vencer por 2 bolas a zero. Também na Charneca de Caparica deixámos 2 pontos, assim como em casa dos Pescadores de onde podíamos perfeitamente ter trazido pelo menos um ponto, pois tivemos uma série de situações em podíamos ter feito o 3-1 e acabámos por sofrer 2 golos nos últimos 7 minutos, mas o futebol é mesmo isto.
Pelo que sabemos, há jogadores do Alfarim que estão a ser assediados por outros clubes. Isso é motivo de satisfação ou preocupação?
Sim, existem alguns jogadores que estão a ser assediados por outros clubes. Para nós é motivo de satisfação, é sinal que o trabalho está a ser bem feito e que estamos a valorizar os jogadores. A nossa equipa é muito jovem e é normal que os jogadores sejam observados, pois têm uma margem de progressão bastante grande.
A equipa tem um treinador bastante jovem, considera ter sido uma aposta ganha a escolha de Marco Dias?
Penso que sim! Alfarim é uma aldeia peculiar e nós tentamos ter sempre treinadores que se identifiquem com o clube. O Marco Dias, levou duas equipas nossas a fases finais de campeonatos de benjamins e subiu a nossa equipa de juvenis. Na época passada houve a hipótese de ser técnico da equipa sénior, não hesitámos porque conhecíamos bem a forma como trabalhava e o seu amor ao clube. Este ano, com mais tempo, conseguimos preparar uma equipa técnica com mais elementos e reforçamos também o acompanhamento da equipa. Temos que destacar os jovens Leandro, Simão e André, assim como o Luís Peixito e também o Vítor Lúcio e o Vítor Almeida que reforçaram a estrutura de apoio.
A nível de infraestruturas o Alfarim procedeu há algum tempo ao arrelvamento do campo n.º 2 e agora à renovação do sintético do campo principal. Estão previstos mais alguns melhoramentos no Centro Desportivo?
O nosso clube tem sempre como uma das prioridades a melhoria de infraestruturas. Para breve e directamente para apoio ao campo n.º 2, vamos colocar dois novos balneários junto ao mesmo. Vamos também continuar com os arranjos à volta dos campos afim de colocarmos uniformemente todas as faixas publicitárias de quem nos apoia.
Marcos Dias, treinador da equipa: “Queremos estar no grupo da frente e menos preocupados com o que se passa em baixo”
Que análise faz ao desempenho da equipa até ao momento. Era isto que esperava dela no início do campeonato?
Não começámos bem, é um facto, fruto também de alguma instabilidade a nível de campos de treino e de jogo e de alguma dúvida em relação à data de finalização do nosso campo n.º 1. A preparação da equipa era muitas vezes difícil de fazer porque as dimensões do campo n.º 2 eram bastantes reduzidas e não podíamos nem queríamos mudar o nosso estilo de jogo para uma ou duas jornadas em casa (acabaram por ser 4). Penso que pagámos um pouco esse custo.
Os treinadores por norma não gostam muito de falar individualmente dos seus jogadores mas vou ter que lhe perguntar o que vê em Henrique Ezequiel (16 anos) e Martim Dias (17 anos) para apostar neles por vezes como titulares, em alguns jogos?
Acima de tudo vejo qualidade. Vejo capacidades e recursos para estarem na equipa principal, sei que fruto da juventude nem sempre tudo vai correr bem mas estamos cá para os apoiar. Para mim a idade nunca foi um fator para colocar algum jogador em campo, o Henrique e o Martim são miúdos da nossa casa, muito dedicados, com muita vontade de aprender e em quem acredito muito.
Quais são os objectivos para o resto do campeonato?
O principal objetivo será alcançar a manutenção o mais cedo possível, queremos estar no grupo da frente e olhar mais para cima e menos preocupados com o que se passa em baixo. Cada semana é um novo desafio, temos que ser acima de tudo sempre muito competitivos.