Oito pessoas residentes nas duas moradias térreas afectadas pelas chamas ficaram desalojadas
Um incêndio consumiu duas habitações no Monte da Caparica, Almada, provocando um morto, um homem de 20 anos que se encontrava num anexo de uma das habitações e que terá ficado preso, sem conseguir fugir para o exterior. Oito pessoas, residentes nas duas moradias térreas afectadas pelas chamas, ficaram desalojadas.
O alerta foi dado às 5h20 para o Largo do Chafariz, sendo que ao local acorreram os bombeiros da Trafaria, Almada e Cacilhas. O incêndio terá começado na cozinha de uma das habitações e propagado à moradia adjacente. A vítima mortal encontrava-se num anexo construído junto à habitação onde começaram as chamas e com saída para o interior.
As chamas destruíram as habitações. Os oito desalojados, duas famílias, tratam-se de adultos. A Polícia Judiciária de Setúbal, responsável pela investigação a incêndios urbanos, vai investigar o caso.
A vítima, Hugo Pereira, tinha completado 20 anos no passado dia sete. Tinha uma filha de três anos, que não morava na habitação consumida pelas chamas. A vizinhança recorda-se do jovem com afecto. Sempre morou nesta casa, com a mãe que faleceu há seis anos e agora com os tios.
A vítima ainda falou ao telemóvel com o seu tio, com quem morava no número um e que estava no exterior a apelar para que o jovem saísse. “Não consigo sair”, disse Hugo, já que a única saída eram umas escadas para o piso térreo, completamente consumido pelas chamas. A chamada desligou-se e Hugo faleceu.
Ao local acorreram 41 elementos apoiados por 16 veículos dos bombeiros da Trafaria, Almada e Cacilhas, que dominaram o incêndio no espaço de uma hora, impedindo propagação a outras casas para além das afetadas. “Quando chegámos, já o incêndio estava a consumir as duas habitações”, afirmou Afonso Rocha, comandante dos bombeiros da Trafaria.
Tina Serrado, mãe da proprietária das duas habitações, diz que foi acordada com vizinhos a dizerem que a sua casa estava em chamas. “As labaredas subiam a dezenas de metros, foi assustador e só mais tarde soube que o Hugo não conseguiu sair, é uma tragédia. Era muito bom rapaz e todos gostavam dele”, lamenta.
Manuel Palmeiro, funcionário de um restaurante nas imediações da casa que ardeu, lembra a vítima como “um bom rapaz. Era muito novo, foi uma grande tragédia”. Helena Gomes, proprietária Nova Churrasqueira, disse-se “devastada com a notícia da morte do Hugo. Ele vinha muitas vezes almoçar com o meu neto à churrasqueira. Era um rapaz impecável e que vai deixar saudades”.