O setubalense Nuno Tavares, antigo jogador de futebol de praia do Vitória, foi recentemente o mentor e criador do Setúbal Beach Soccer (SBS), clube que vai representar entre quinta-feira (amanhã) e domingo a cidade sadina no torneio internacional de futebol de praia Mar Menor Beach Soccer Cup 2024, que irá decorrer em Santiago de La Ribera, em Murcia, Espanha. Na fase de grupos, os espanhóis do Playas de San Javier e Oasis Alicante e os ingleses do Portsmouth são os oponentes dos SBS.
Ao nosso jornal, o ex-internacional de futebol de praia, de 49 anos, começou por explicar as razões que estiveram por detrás da criação do Setúbal Beach Soccer. “Era um objectivo e projeto que ambicionava e já estava a ser elaborado há algum tempo. Juntamente com outras referências setubalenses na modalidade, decidimos arrancar com a criação do clube”.
Em relação à denominação escolhida, Nuno Tavares, que há muitos anos leva com orgulho o nome da sua cidade além-fronteiras, foi peremptório. “Setúbal é terra de futebol de praia, com uma história bonita e rica na modalidade. Daqui já saíram vários jogadores internacionais e a cidade é a terra natal do nosso atual seleccionador nacional Mário Narciso”.
E acrescenta: “Quem me conhece e acompanha a modalidade, sabe que há vários anos que faço sempre questão de divulgar o nome da minha cidade por Portugal e pelo mundo nos torneios internacionais onde participo. A bandeira de Setúbal faz sempre parte da minha mala de viagem. Não podia escolher outro nome”.
Questionado sobre os objectivos que tem para a Mar Menor Beach Soccer Cup 2024, que arranca amanhã, o sadino diz que a equipa vai procurar obter a melhor posição possível. “Este será o nosso primeiro torneio internacional. A base da equipa são jogadores de Setúbal e iremos lutar pela melhor classificação possível”, garante, frisando que “trata-se de um torneio competitivo e exigente, onde participam equipas de vários países europeus e tudo faremos para divulgar e dignificar o nome da nossa cidade”.
Depois da competição em Espanha, o Setúbal Beach Soccer não esconde o desejo de poder no futuro continuar a levar o nome da cidade a vários torneios internacionais. Nuno Tavares admite que para concretizar essa meta é crucial reunir apoios. “Já fomos convidados para participar noutros torneios internacionais em 2025, mas só com a ajuda dos nossos parceiros e patrocinadores conseguiremos participar nesses torneios. Neste momento é uma incógnita pois temos poucos apoios”.
Apoios e infraestruturas são cruciais
Em relação à possibilidade de a Câmara Municipal de Setúbal ajudar de alguma forma para que o SBS possa continuar no próximo ano a levar o nome da cidade ao estrangeiro, o antigo internacional luso mostra-se optimista. “Neste momento ainda não temos qualquer apoio, mas brevemente iremos reunir com a autarquia para saber se podemos ter algum tipo de apoio no futuro, pois iremos representar a cidade de Setúbal através do futebol de praia”, disse.
Na opinião de Nuno Tavares, o contexto de eleições autárquicas, previstas para Setembro de 2025, poderá ser um aspecto a ter em conta pelos responsáveis do município num novo projecto desportivo no concelho. “No próximo ano vão decorrer eleições e acredito que irá haver interesse da autarquia em nos ajudar a criar infraestruturas e condições para que seja possível a prática da modalidade em Setúbal”.
O ex-jogador do Vitória considera que o futebol de praia deveria ser mais apoiado e confia que as eleições podem contribuir para a mudança de paradigma. “Caso fiquem as mesmas pessoas na autarquia após as eleições no próximo ano, tem de haver mudanças. A mentalidade tem que mudar de uma vez por todas no que toca a apoiar a modalidade”, sublinhou, alertando, sabendo que pode haver mudança de executivo camarário, para a necessidade de ser criado um espaço digno para a modalidade.
“Caso entrem pessoas novas autarquia, esperamos que tenham essa mentalidade e ajudem nesse sentido, principalmente com a criação de um campo de futebol de futebol de praia a sério, com areia da praia e balneários para todas as equipas poderem treinar e jogar. Como estamos é que não pode nem deve continuar, as pessoas têm que mudar de mentalidade em relação ao futebol de praia de uma vez por todas”, afirmou.
No futebol de praia, o ‘globetrotter’ sadino, que se niciou na modalidade há 25 anos, tem no currículo passagens por clubes portugueses (Vitória, Nacional, Vila Flor SC e São Domingos), italianos (Sambenedettese, Lázio, Viareggio BS, Napoli BS, Atlético Licata BS e Bolonha), espanhóis (AIS Playas de San Javier), canadianos (Canadá BSC) e estado-unidenses (Ocean BSC).