Racing Power vai fixar-se em Setúbal. Complexo Municipal do Vale da Rosa vai receber jogos da Liga BPI

Racing Power vai fixar-se em Setúbal. Complexo Municipal do Vale da Rosa vai receber jogos da Liga BPI

Racing Power vai fixar-se em Setúbal. Complexo Municipal do Vale da Rosa vai receber jogos da Liga BPI

A cidade de Setúbal vai poder receber dentro em breve – no Vale da Rosa, jogos da Liga BPI, a mais importante competição de futebol feminino do país, porque o Racing Power Football Club vai mudar a sua sede do concelho do Seixal para a capital do distrito, no âmbito do protocolo estabelecido com a Escola de Futebol Feminino de Setúbal e a Câmara Municipal de Setúbal, que foi assinado na passada quinta-feira. 

Nuno Painço, presidente do Racing Power, em entrevista ao SETUBALENSE começou por dizer que a ideia de estabelecer o protocolo “foi  uma simbiose de interesses e a conjugação de projetos em prol do futebol feminino, no concelho de Setúbal. Inicialmente o protocolo estava a ser desenhado a quatro, uma vez que nas primeiras reuniões ainda contámos com o Vitória FC. Mas, face ao momento menos bom que atravessa, o Vitória acabou por deixar cair o futebol feminino e apenas o Racing Power, a Escola de Futebol Feminino de Setúbal e a Câmara Municipal desta localidade firmaram um acordo com o qual todas as partes se sentem confortáveis e certamente nos próximos cinco anos teremos muito trabalho”.

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Como todos sabem, adiantou Nuno Painço, “o Racing Power é o único clube do distrito de Setúbal, e até do sul do País, presente numa competição ao mais alto nível no futebol feminino, como é o caso da Liga BPI. Estamos cá há apenas quatro anos, mas já somos um clube reconhecido tanto no panorama nacional, como a nível internacional, com duas presenças em anos consecutivos no Gothia Cup, na Suécia, o maior torneio de futebol de formação no Mundo. Este protocolo vem, por isso, cimentar o crescimento do futebol profissional que o Racing projeta juntando-se à experiência da Escola de Futebol Feminino de Setúbal na formação de jovens atletas. Desta forma, iremos ajudar financeiramente a EFFS para que o projeto possa crescer de acordo com a linha traçada por ambos os clubes, contando para isso com a cedência de atletas dos vários escalões de formação e mesmo das equipas seniores. O Racing ficará ainda com a responsabilidade de substituir e assegurar a manutenção do relvado do Complexo Municipal de Atletismo do Vale da Rosa, onde passaremos a treinar e a jogar”.

Fixando a sua base de trabalho em Setúbal, o Racing Power estará a cumprir um desígnio que persegue há quatro anos, criar raízes e uma identidade sólida com a região. “Queremos que nos passem a identificar como mais uma equipa de Setúbal, que vai permitir o regresso dos grandes clubes a esta cidade através do futebol feminino. Setúbal será, assim, a localidade onde iremos construir a nossa Academia Internacional Racing Power. O objetivo é bem claro, continuarmos a crescer para atingirmos a nossa ambição de conquistar títulos a nível nacional e internacional”, realçou o presidente do clube que espera contar com o apoio de todos os setubalenses.

“Os únicos dividendos que esperamos, e acreditamos conseguir, passam por criar raízes em Setúbal e ter o apoio de todos para o nosso projeto. Setúbal merece um projeto forte de futebol feminino, ao mais alto nível, e nós tudo faremos para que, de forma gradual mas sustentada, as gentes desta cidade se identifiquem connosco e possam também sentir orgulho em nos apoiar”.

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Antes de finalizar a nossa conversa Nuno Painço fez questão de salientar que  “a decisão na génese deste protocolo foi muito bem refletida, não foi tomada de ânimo leve. Como todos sabem, o Racing Power nasceu na Amora e durante todo este tempo tentámos que o poder político do Concelho do Seixal reconhecesse a importância que podemos representar enquanto único clube abaixo de Lisboa na Liga BPI”.

“Ao longo destes quatro anos”, prosseguiu, “levámos o nome do Seixal pelo país fora e até à Suécia, sem qualquer retorno por parte do município. Temos dois títulos de campeão nacional e uma final da Taça de Portugal, as nossas sub-17 foram campeãs distritais e temos as sub-19 a disputar a II Divisão Nacional de Juniores femininos. Na formação, apenas com dois escalões, temos feito aquilo que mais ninguém faz, dar oportunidade às jovens de jogarem futebol sem qualquer tipo de despesa para os encarregados de educação, ou seja não fazemos da formação uma fonte de receita como outros clubes fazem e já tivemos a recompensa, com várias atletas nas seleções distritais e nacionais”.

E, em jeito de remate final deixou bem vincado que “o município do Seixal nunca se interessou pelo nosso projeto ou deu qualquer apoio. Quando surgiu a hipótese de Setúbal nos acolher, quando foi manifestada vontade em apoiar o nosso crescimento, não tivemos grandes dúvidas relativamente a qual devia ser a nossa decisão. Este protocolo é apenas um passo, mas gigante no que toca à perceção da importância que o futebol feminino pode ter num concelho como o de Setúbal”.

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