Após dois jogos no Bonfim, o Vitória desloca-se domingo (15:30 horas) ao campo Leonel Martins para defrontar o Quintajense, em partida da 6.ª jornada da 2.ª divisão distrital da Associação de Futebol de Setúbal. Frente ao conjunto do concelho de Palmela, os sadinos, que partilham a liderança na prova com o Cova da Piedade, vão procurar somar o sexto êxito consecutivo, sendo certo de que vão ter muito apoio na Quinta do Anjo.
Depois de nas duas deslocações anteriores – cerca de 35 quilómetros até ao Samouco e 55 a Alcácer do Sal – mais de um milhar de adeptos ter saído de Setúbal para assistir aos duelos com o Samouquense e UFC Bairros Queimado e S. João, respectivamente, é esperada uma mobilização, pelo menos, idêntica até ao campo Leonel Martins que dista apenas 12 quilómetros do Estádio do Bonfim.
Conscientes da forte mobilização dos vitorianos, os responsáveis do Quintajense, apelando a que os seus adeptos garantam o seu ingresso o mais cedo possível, anunciaram terça-feira na sua conta de Facebook que os bilhetes já estão à venda na sede e na secretaria do clube. Não descurando a possibilidade de fazer um significativo encaixe financeiro superior ao normal graças à perspectiva de invasão setubalense, o clube já anunciou uma ‘fun zone’ com comes e bebes no espaço do atletismo.
Na antevisão ao embate com o Quintajense, actual 12.º classificado do campeonato, Paulo Martins, treinador do Vitória, faz questão de abordar o tema do apoio massivo dos adeptos, deixando-lhes uma mensagem de reconhecimento. “Por tudo o que têm feito por nós, quero deixar-lhes, desde já, um agradecimento porque sei que muitos fazem um grande esforço para nos acompanhar”, começa por dizer.
Independentemente dos oponentes que a sua equipa tem pela frente, o timoneiro dos sadinos salienta a importância do 12.º jogador. “A sua presença faz-nos muito bem e somos muito gratos por saber que onde vamos temos sempre a sua protecção e apoio. Isso tem acontecido nos jogos fora como em nossa casa, dando como exemplo o duelo da jornada passada. “Apesar de não termos feito tantos golos como eles queriam, nunca nos deixaram de apoiar do princípio até ao fim com o Zambujalense”.
Miguel Rosa ajuda a controlar ansiedade
O encontro do passado fim-de-semana, que os sadinos venceram (2-0), ficou marcado pela estreia oficial de Miguel Rosa com a camisola sadina. O médio, de 35 anos, substituiu aos 61 minutos o colega André Pimenta numa altura em que o resultado com a turma do Zambujal estava 1-0. Questionado sobre a importância que a experiência do atleta representa no plantel, o técnico é peremptório.
“Para mim, o Miguel é um jogador igual aos outros. Obviamente que tem características diferenciadas que nos são muito úteis. Momentos em que temos que ter bola e que não a podemos perder, por exemplo. Não descuramos o facto de o Miguel, a par do Leonardo Chão não perderem muitas bolas. Esse aspecto deve-se ao facto de serem atletas com uma experiência diferente”, reconhece.
Sobre a utilidade de Miguel Rosa, Paulo Martins acrescenta: “A experiência que tem também é importante no momento de ajudar a controlar a ansiedade dos jogadores menos experientes, que, muitas vezes, querem fazer as coisas depressa e isso é prejudicial. No balneário e em campo, o Miguel consegue passar a mensagem de que há momentos em que se deve pausar e pensar o jogo”.
‘Movimento Pró Vitória’ defende sustentabilidade a longo prazo
Depois de ter marcado presença na sessão de esclarecimento realizada segunda-feira pelos actuais órgãos sociais, o ‘Movimento Pró Vitória’ alerta para os perigos de o clube alienar património, conforme vai ser discutido e votado na Assembleia Geral de sexta-feira, não salvaguardando a sua sustentabilidade a longo prazo, referem, “apelando aos sócios para que fiquem atentos, envolvidos e unidos”.
Frisando que “este é o momento de garantir que o Vitória permaneça um clube com futuro”, o comunicado ontem emitido alude à necessidade de a totalidade do PIRE ser assegurada. “O que for aprovado deve assegurar um plano de pagamento sustentável, com prestações a longo prazo (120 meses – 10 anos). Não podemos permitir que o Vitória seja levado à ruína com decisões de curto prazo, que paguem apenas as primeiras prestações”.
E acrescentam: “É essencial garantir a continuidade e solvência futura do clube, para evitar um regresso à Segunda Distrital dentro de poucos anos, caso surjam dívidas vindas de decisões mal tomadas pela SAD. Se vendermos tudo agora, ficaremos sem alternativas, mas elas existem! Dependem do bom senso dos vitorianos e aos sócios cabe ajudar o seu clube, tomar de novo as rédeas! É uma oportunidade única”.
O texto reitera que o ‘Movimento Pró Vitória’ não reconhece à direcção legitimidade para continuar à frente dos destinos do clube”, apontando a “perda de legitimidade” por “a maioria dos membros já apresentaram formalmente as suas cartas de demissão ao PMAG, que, acusam, utiliza “artifícios jurídicos para negar a evidente perda de quórum e para evitar a queda formal da direcção”.
O “fracasso de propostas de investimento” também é apontado como motivo para a falta de legitimidade para continuarem à frente do clube. “Esta direção já apresentou três investidores diferentes, e os resultados foram desastrosos. Recordemos as apostas falhadas com Hugo Pinto e Markus Gloel, que contribuíram para uma situação financeira mais frágil. Não podemos permitir novas decisões financeiras precipitadas que comprometam o futuro do clube”.