Abaixo-assinado em papel ultrapassa as oito mil assinaturas e petição online já recolheu 2 574 assinaturas
A petição online pela construção do Hospital do Seixal, criada a 22 Outubro, continua a decorrer e, segundo a Câmara do Seixal, promotora da mesma, ainda não tem data para ser entregue ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco. Às 15h00 de hoje, o documento alojado no site Petição Pública tinha sido assinado por 2 574 pessoas.
Porém, a petição online é apenas uma face da campanha que tem vindo a ser promovida pela autarquia desde Julho deste ano, altura em que realizou a corrida e marcha com os participantes a exigirem a construção do hospital no concelho e deram início a um abaixo-assinado em papel.
Abaixo-assinado este que está disponível em vários balcões dos serviços públicos municipais no concelho.
Segundo o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, o documento em papel já soma “bem mais do que oito mil assinaturas”, a serem entregues na Assembleia da República, o que é mais do que suficientes para que o hemiciclo discuta a construção deste hospital. A estas, depois de apuramento, irão somar-se as que estão a ser recolhidas no site Petição Pública.
Entretanto, Paulo Silva já disse a O SETUBALENSE que foi anunciado que o Hospital do Seixal “avançaria na divisão de projecto. A ideia que tenho é que já foi adjudicado e está em curso. Esperamos que haja novidades”.
Diz ainda o autarca ter informação do gabinete da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que, apesar de não ter sido anunciado, o Governo “espera avançar com o concurso em 2025”. Pelo menos esta unidade tem verba inscrita no Orçamento do Estado agora aprovado na generalidade.
Seja o que for, Paulo Silva confessa que só acredita quando estiver no lançamento da primeira pedra, até lá “manteremos a luta para que o Hospital do Seixal não seja esquecido”.
O certo é que a história sobre esta unidade hospitalar pode começar a ser contada desde 2002, altura em que se percebeu que o Hospital Garcia de Orta, em Almada, não tinha capacidade de resposta para os munícipes de Almada, Seixal e Sesimbra.
Em Agosto de 2009, a ministra da Saúde de então, Ana Jorge, assinou com o anterior presidente da Câmara do Seixal, Alfredo Monteiro, o acordo estratégico para a construção do novo hospital no concelho. Mas a obra não saiu do papel.
Em 2018, o município celebrou com o Estado Português uma Adenda ao Acordo assinado em 2009, assumindo um aumento considerável das suas responsabilidades no projecto, num investimento municipal na ordem dos 2 milhões de euros, designadamente na execução de todas as acessibilidades e infra-estruturas do novo hospital.
Volvidos 15 anos desde a assinatura deste acordo, “verifica-se que todos os prazos foram ultrapassados e que, apesar de já em 2020 ter sido adjudicado o projecto desta obra, em 2024, o projecto de execução ainda aguarda a revisão a que a lei obriga, aguardando-se definição da entidade que, após a extinção da ARS-LVT, assumirá esta competência”, lê-se no texto da petição.
O mesmo documento assevera ser “inaceitável o incumprimento reiterado dos acordos assinados por sucessivos governos e que, passados 15 anos, continuemos sem hospital no Seixal – um investimento estratégico central para as populações, que urge que o novo Governo assuma como absolutamente prioritário”.
Para Paulo Silva, os tempos de impasse não podem continuar e a população não pode continuar sem soluções de saúde, tanto pelo que espera do hospital como da requalificação dos centros de saúde.