Francisco Pardana, ex-guardião do Barreirense é peremptório: “Temos um grupo muito completo e focado no objectivo de ser campeão”.
Depois de ter representado o Barreiense na época passada, como surgiu a oportunidade de envergar a camisola do Vitória e o que o levou a aceitar o convite?
Fui convidado pela primeira vez pelo director, Carlos André. Sondou-me primeiro para ver como é que era a minha disponibilidade, se tinha interesse ou não. Apesar de o Vitória ter caído para a 2.ª distrital, estava receptivo à possibilidade de jogar no clube.
Como foram os primeiros tempos de trabalho com os novos colegas e qual o objectivo que estipularam?
O trabalho correu bem logo desde o início. A equipa sempre treinou bem e teve coesão. Apesar de muitos de nós não nos conhecermos anteriormente, facilmente houve um entusiasmo e uma boa união entre o grupo. O nosso objectivo é sermos campeões. O Vitória não é um clube para esta divisão, por isso o objectivo é sair daqui o mais rapidamente possível.
Por o Vitória ser um nome histórico do futebol nacional, considera que os adversários encararam os duelos com o clube de forma diferente? Estão preparados para dificuldades acrescidas?
Pelo símbolo que temos nas camisolas, o Vitória será sempre um clube que vai deixar sempre os outros jogadores e os clubes com atenções redobradas e com mais alguma motivação para jogar. Mas nós temos que estar preparados para isso. Acho que, honestamente, nós temos que focar-nos no nosso trabalho, sabendo de antemão que, efectivamente, vai haver sempre uma motivação maior dos adversários nesses momentos. Temos que nos focar em nós e tentar jogar o melhor possível, fazer aquilo que nós queremos e ganhar os jogos.
Jogar no Vitória é um momento marcante na tua carreira?
Sem dúvida. Vi logo isso no jogo de preparação (com Botafogo Cabanas) em que muitos adeptos estiveram presentes que este é um clube especial. Sabemos quão grande é o Vitória. A sua história, o estádio e os próprios adeptos contribuem para essa grandeza. Mesmo na última divisão que existe, continua a ser sempre algo marcante e um motivo de orgulho para qualquer pessoa que está aqui.
O Barreirense foi o último clube que representou. Curiosamente o outro guarda-redes do plantel, Rodrigo Gomes, jogou no mesmo clube…
É um facto curioso. O ano passado o Rodrigo era júnior e acabou ainda connosco no plantel sénior e, inclusive, fez os últimos dois jogos. É sempre muito bom e saudável quando existem duas pessoas com qualidade e com potencial, porque vai sempre obrigar tanto um como o outro a estar no seu melhor nível, a dar o melhor de si sem permitir que qualquer um se acomode. Vai ser uma competição saudável. Acredito que tanto eu como o Rodrigo vamos dar o melhor de nós, porque ambos queremos o mesmo: jogar e, acima de tudo, ajudar o Vitória a ser campeão.
Sentem que há a obrigação em terminar em primeiro lugar?
É quase uma obrigação, sim. Acima de tudo, pelo que eu já disse, por toda a história do Vitória, por tudo o que representa, é quase uma obrigação e é um objectivo. Foi para isso que foi criado este plantel. Trabalhamos diariamente para atingir esse resultado.
Como tem sido trabalhar com o treinador Paulo Martins? Qual a sua opinião sobre o plantel?
Tem sido positivo. Nunca tínhamos trabalhado juntos, mas creio que está a ser uma experiência bastante positiva. Mesmo com o próprio treinador de guarda-redes, o ‘mister’ Alemão, também tem sido muito positivo. O plantel é muito jovem. Nunca tinha jogado com muitos, mas surpreendeu-me bastante pela positiva e acho que é um grupo muito completo e focado no objectivo de ser campeão.
Tem 28 anos. Qual o melhor momento da sua carreira?
No Oriental, na Distrital de Lisboa, participei no torneio das selecções distritais e fui campeão com Lisboa, é o único título que tenho, curiosamente, porque a maior parte da minha carreira foi mais a nível nacional e aí não conquistei nenhum título. Quero acreditar que o melhor momento da minha carreira possa vir a ser daqui a uns meses, lá para Maio, quando me sagrar campeão pelo Vitória.
Referências?
Diogo Costa, acho que é um guarda-redes muito bom, muito completo. Gosto também muito de Manuel Neuer e Ter Stegen, que são guarda-redes com classe que reflectem o que é o futebol actual.