Ex-secretária de Estado enquadra-se no perfil desejado pelos socialistas, que pretendem apostar forte em Palmela
A ex-secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar, é um dos nomes mais fortes que o PS tem em cima da mesa para candidatar como cabeça-de-lista a Palmela, nas eleições autárquicas de 2025.
A ligação profissional a Palmela – foi Comandante Operacional Distrital de Setúbal da Protecção Civil entre 2013 e 2017 – deu à socialista visibilidade local, ampliada depois pelas funções desempenhadas a nível nacional, como 2.ª Comandante Operacional Nacional, a partir de Dezembro de 2017, e, no final de 2019, como secretária de Estado da Administração Interna (em Março de 2022, no Governo seguinte, assumiria a Secretaria de Estado da Protecção Civil).
A notoriedade alcançada pela ex-governante, não só em termos locais como também nacionais, enquadra-se no perfil mais desejado de candidato à Câmara Municipal de Palmela pelos socialistas, sobretudo, no seio da estrutura distrital do partido.
O PS, sabe O SETUBALENSE, elegeu Palmela como um dos municípios do distrito de Setúbal prioritários para apostar forte nas próximas autárquicas, de forma a capitalizar sobre o fim de ciclo de governação de Álvaro Balseiro Amaro (CDU), que está impedido de se recandidatar por força da lei de limitação de mandatos. E a apresentação de uma figura pública para disputar as eleições é um dos principais requisitos definidos pelo PS. É neste enquadramento que tem surgido, num círculo restrito do partido, o nome de Patrícia Gaspar – o ex-ministro da Educação João Costa é outra das possibilidades a ter em conta, mas de mais difícil concretização.
Questionada à margem do Congresso Federativo de Setúbal do PS, que decorreu sexta-feira e sábado passado no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, Moita, Patrícia Gaspar sorriu e foi lacónica: “Não comento”, disse.
E André Pinotes Batista, recém-eleito presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS, adoptou estratégia idêntica. “Não vou comentar, obviamente. Mesmo que sejam boas perguntas, não lhes vou dar boas respostas”, retorquiu o socialista.
A escolha do cabeça-de-lista passará sempre pela Comissão Política Concelhia, que é presidida por Mara Rebelo, mas no caso de Palmela é esperada uma estrita articulação com a federação distrital do partido.
Candidatos CDU com três nomes em equação, PSD com um e MCCP em discussão
Em Palmela, as movimentações não se confinam ao PS. A CDU também estuda a melhor hipótese a apresentar ao eleitorado e, ao que O SETUBALENSE conseguiu apurar, há pelo menos três nomes em equação. Segundo fonte do PCP, o regresso da antiga presidente da Câmara, Ana Teresa Vicente, é, de todas, a possibilidade mais forte, neste momento. Mas não estão excluídos os nomes de Carlos Jorge de Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, nem o de Luís Miguel Calha, vice-presidente da Câmara.
Já pelo PSD é Roberto Cortegano, presidente da concelhia social-democrata que substituiu no decorrer deste mandato Paulo Ribeiro no executivo municipal, quem surge melhor colocado. “É quase certo que será Roberto Cortegano o candidato”, avançou fonte social-democrata.
Quanto ao Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela (MCCP), que elegeu o vereador Carlos de Sousa nas últimas eleições, ainda não é certo que avance. “A possibilidade de uma candidatura está ainda em discussão”, confirmou Carlos de Sousa, coordenador do movimento independente.