“União entre os jogadores” é um dos pontos fortes da equipa que ocupa 2.º lugar do campeonato.
Depois de cinco triunfos e dois empates, o Vitória perdeu no sábado pela primeira vez no Campeonato Nacional de sub-17 (série Sul). Como treinador, teme que a derrota (1-0) com o Sporting possa afectar a equipa no próximo jogo com o Casa Pia (20 de Outubro)?
Não. A equipa demonstrou-me uma coisa neste jogo: foi a primeira vez em oito jornadas que estivemos a perder e a equipa teve uma boa reacção. Passámos a estar por cima do jogo em que do outro lado estava o Sporting. A minha equipa demonstrou que tem muito carácter, tem muita qualidade, é um grupo forte.
Apesar do desaire, a sua equipa segue na 2.ª posição da tabela com 17 pontos – mais um que Sporting e Casa Pia e a cinco de distância do líder Benfica. Surpreende-o o lugar que a equipa ocupa na classificação?
Não nos surpreende. Estou no Vitória desde 2017, e sabemos as lacunas que existiam neste grupo e a forma como o plantel foi construído. Há duas épocas, no campeonato de sub-15, este grupo foi o sexto melhor a nível nacional. No ano passado, a disputar a primeira distrital de sub-17 de Setúbal, foi campeão, jogando só com atletas de sub-16. Ou seja, nós estávamos convictos que o grupo tinha qualidade, é unido, trabalha há muitos anos juntos, e, para mim, não é uma surpresa. É surpreendente, isso sim, na primeira divisão nacional, só perdermos à oitava jornada. Não é muito natural, mas é reflexo do trabalho diário dos jogadores, no trabalho que realizam.
Quais os objectivos traçados para esta época?
Tendo em conta o contexto e condições do clube, o principal objectivo é a manutenção na primeira divisão nacional. Gostamos de tomar decisões em conjunto, estrutura directiva, técnica e jogadores, para todos nos sentirmos responsáveis e parte do processo. A decisão do grupo, foi que se existirem possibilidades, iremos disputar os jogos de modo a conseguirmos estar entre os cinco primeiros, o que nos permite passarmos à fase de campeão, pois sentimos internamente que temos qualidade individual e que trabalhamos diariamente a um nível que nos permite ser competitivos com os melhores. Se passarmos à fase de apuramento de campeão, será motivo de orgulho para toda a estrutura. O contexto actual do Vitória é público, toda a gente o conhece, e termos a possibilidade de defrontar as melhores equipas a nível nacional, é benéfico para o Vitória, para a sua história, porque continuamos a ir ao encontro do que toda a gente pensa, que o Vitória merece estar nos grandes palcos, e, para nós, vai também ao encontro do que é a qualidade destes jogadores, consideramos que merecem.
Quais os pontos fortes da equipa?
Para nós, o ponto forte é a união entre os jogadores, depois, do ponto de vista técnico-táctico, consideramos que a nossa organização defensiva é um ponto de destaque, e somos fortes nos momentos de transição ofensiva.
O próximo jogo é com o Casa Pia, 3.º classificado da competição, o que espera desse embate que está agendado para 20 de Outubro, 11:00 horas, no Campo Professor José Cruz Filipe, no Estádio Pina Manique, em Lisboa?
É uma equipa muito forte. Foi construída com muitos jogadores novos, alguns deles saíram do Vitória quando jogaram na época passada sempre na geração acima e se tornaram internacionais pela nossa Selecção Portuguesa de sub-16, a jogar pelo Vitória. Devem ser das equipas mais fortes desta série do ponto de vista individual, vai ser um jogo muito difícil e interessante de seguir.
O que representa para si ser treinador do Vitória?
Representar o Vitoria, será sempre um grande prazer, mas também uma enorme responsabilidade. Enquanto treinador, estar no clube, que é a referência do distrito e em que já fui director técnico e trabalhei como treinador adjunto nos escalões de sub-19, sub-23 e na equipa principal, é um tremendo orgulho. Do ponto de vista pessoal, gostava que o Vitória estivesse noutra situação, mas será sempre uma honra.
Em termos de carreira, quais as suas expectativas e quais as referências que tem como treinador?
O meu objectivo é estar no futebol num contexto profissional. Se é em equipas principais, ou na formação, no meu momento actual, é-me indiferente. Pretendo fazer carreira profissional no futebol. Quanto às minhas referências, tenho muitas. Pelas conquistas, a nível de títulos, por ter vários factores no seu percurso com que me identifico, o ‘mister’ José Mourinho é uma referência para todos os que, da minha geração e posteriores, se direcionaram para o treino. Depois há treinadores que me marcaram muito. Treinadores como Luís Castro, José Couceiro, João Couto, Hélio Sousa, Vitor Severino e Joaquim Milheiro, são exemplo disso, treinadores, pela empatia, pelo seu humanismo e pelo seu carácter, marcam, pelos homens que são e não apenas pelo excelente percurso profissional que possuem.