MP acusa ainda o arguido de um crime de ofensa à integridade física negligente, por ter atingido a avó da criança de raspão
O Ministério Público acusou um homem de 30 anos, Ângelo Barão, por homicídio negligente e de homicídio qualificado tentado por ter atingido mortalmente na cabeça com um tiro o sobrinho de sete anos, em Fevereiro no Bairro da Bela Vista em Setúbal, quando apontava a caçadeira a um vizinho que passava de carro por si e que o mandou calar horas antes.
O MP, baseado na investigação da PJ de Setúbal, considera que “o arguido efectuou o disparo na direcção da viatura onde seguia aquele que pretendia atingir, mas fruto do espírito de vingança que o movia, do aumento de adrenalina, de alguma imperícia e falta de atenção, atingiu os seus familiares que se encontravam na sua linha de tiro”.
O homicídio aconteceu na manhã de 18 de Fevereiro na rua no Bairro da Bela Vista, em Setúbal e Ângelo Barão fugiu depois de deixar o sobrinho moribundo no hospital, apresentando-se meses depois, em Abril, ao tribunal, acompanhado de advogado.
O crime ocorreu por volta do meio dia de domingo na rua no Bairro da Bela Vista, junto a uma casa de familiares onde Ângelo Barão ia almoçar e onde tinha acabado de chegar. Ainda na rua, o arguido avisou um homem de 26 anos, vizinho que horas antes pediu-lhe para não armar confusão junto da sua casa, no bairro dos Azuis, também no Bairro da Bela Vista, onde o arguido tinha discutido com familiares.
De acordo com a acusação, o arguido exaltado e movido por vingança formulou nesse momento o propósito de tirar a vida ao homem que o mandou calar. Tirou do porta-bagagem da sua viatura uma caçadeira e efectuou disparos com o objectivo de atingir o ofendido que seguia ao volante de uma viatura, tendo acabado por atingir mortalmente o próprio sobrinho de sete anos que se encontrava num outro veículo.
Após o disparo fatal, o menino foi transportado pelo homicida, seu tio, para o Hospital de São Bernardo em estado crítico, mas acabou por falecer no Hospital de Santa Maria, onde deu entrada em morte cerebral. O óbito foi declarado nessa noite. Após deixar a criança na urgência do hospital o arguido fugiu na mesma viatura com que deixou a criança.
O MP acusa ainda o arguido, que tem antecedentes criminais por roubo, de um crime de ofensa à integridade física negligente, por ter atingido a avó da criança de raspão, e um crime de detenção de arma proibida. Está em prisão preventiva.