Pedro Catarino: “Espero este ano fazer balançar as redes das balizas muitas vezes”

Pedro Catarino: “Espero este ano fazer balançar as redes das balizas muitas vezes”

Pedro Catarino: “Espero este ano fazer balançar as redes das balizas muitas vezes”

Atacante, de 24 anos, fez o primeiro golo do Vitória FC no triunfo (2-0) no Samouco e fez questão de o celebrar junto dos adeptos.


Depois da queda do clube dos nacionais aos distritais, o que o levou a continuar no Vitória?

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Para mim, o Vitória é o Vitória e foi a decisão que mais sentido fez para mim. Na final do Jamor, já havia notícias em que se falava que o Vitória não iria subir e disputar a Liga 3. Em casa, já tinha falado com o meu pai (Paulo Catarino, ex-avançado dos sadinos) que mesmo acontecendo o pior cenário, que era o Vitória não subir e ir para os distritais, não ia abandonar o barco. Não faria sentido, porque era o meu sonho, jogar aqui, jogar neste estádio com tantos adeptos, ter este símbolo ao peito é um orgulho imenso.

Como perspectiva o campeonato da 2.ª divisão distrital?

Não é a primeira vez que vou disputar a 2.ª distrital. Já disse aos meus colegas que vai ser duro. É um campeonato muito mais físico. Vão haver umas ‘porradinhas’ e vai ser um campeonato difícil. Não podemos entrar em campo a pensar que o jogo está a ganho.

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Como caracteriza a equipa e quais os objectivos?

Temos uma grande equipa, com jogadores jovens e outros mais experientes, que vieram acrescentar qualidade à equipa. O objectivo deste ano, toda a gente sabe, é ser campeão. Não há volta a dar: o objectivo é a subida de divisão e o título de campeão. É essa a mensagem que é passada logo no balneário a todos os que chegam.

Quão importante é os jogadores que sentem o clube passarem essa mensagem a quem chega?

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Eu, o Diogo (Martins) e Gui, jogadores que que estão cá há alguns anos, tentamos passar aos novos colegas uma frase que um dirigente nosso também diz sempre no balneário: “vocês não chegaram vitorianos, mas vão ser daqui vitorianos”. O ano passado, se formos perguntar a cada um dos jogadores que aqui esteve, todos vão dizer que saíram daqui vitorianos, que sentem o clube como eu desde pequenino.

A decisão de jogar nos distritais obrigou-o a mudar a vida…

Sim, tive de arranjar um emprego quando na época passada me dedicava a 100% ao futebol. Foi uma mudança que já não estava habituado. O ano passado treinava de amanhã e tinha o tempo inteiro para o meu filho (Lourenço). Conseguia descansar e não estava um bocadinho moído como estou hoje devido ao trabalho (8:30 às 17:30). Estou agora menos tempo com o meu filho, mas quando crescer vai perceber que o fiz para que não lhe falte nada em casa e para que continue a fazer o que mais faz-me bem na vida, que é o futebol.

O amor que tem à cidade e ao clube foi passado pelo seu pai (Paulo Catarino). Qual a importância dele no sentimento que tem pelo Vitória?

O meu pai sempre foi o meu pilar em termos de futebol. Se jogo futebol, se estou aqui, devo-o a ele que, quando tinha cinco anos, pôs-me nas escolinhas do Vitória. Passou-me desde pequenino o ‘bichinho’ do futebol. Levava-me para os treinos, para os jogos e, quando acabavam, ia para o balneário da equipa. Quanto ao Vitória, se puder, faço a minha carreira toda aqui. Não me movo pelo dinheiro, mas sim pela paixão do clube. Foi o que o meu pai sempre me ensinou.

Recentemente defrontou o seu pai no Bonfim num jogo treino com o Botafogo. Como foi esse momento?

Jogar contra o pai é um sentimento difícil de explicar, um orgulho imenso, poder ainda conseguir jogar contra ele, nem que seja 10, 15 minutos, eu sei que para ele é a melhor coisa do mundo, estar em campo comigo, apesar de ele já ter 52 anos, é um sentimento inexplicável. Não foi a primeira vez que joguei contra uma equipa do meu pai. Deve ter sido o terceiro jogo, um contra o outro, e todas as vezes foram especiais, mas, no estádio do Bonfim, é outro sentimento. Ver a bancada, com quase 2000 adeptos, num jogo treino dos distritais, ver aquela bancada aplaudir-nos foi marcante. Pela carreira que fez e pela pessoa que é, o meu pai merece o reconhecimento.

Ter um pai que continua a jogar aos 52 anos e tem no currículo 317 golos não é para todos…

Desde criança sempre disse que o meu pai era o meu ídolo. Não era Cristiano Ronaldo, nem Messi, nem Neymar, o meu ídolo é o meu pai. A pessoa que é, o suporte que é para mim, por tudo o que me passou desde pequenino até aqui. Ainda continua a dar-me conselhos, sei que vou errar e acertar e sei que ele vai estar sempre ao meu lado, sobretudo quando eu falhar para que me possa erguer. Tenho uma ligação muito forte com o meu pai.

Qua a meta de golos que tem traçada para esta época?

Penso jogo a jogo. Quero ajudar o Vitória, não estou neste momento a pensar em mim nem nesses números. Só quero ajudar o Vitória a sair rapidamente da fase mais negra da sua história para alcançar o patamar que é seu.

Excluindo o teu pai, quais são as tuas principais referências?

Sendo eu extremo, gosto muito, por exemplo, do estilo de jogo de Galeno, do FC Porto. É rápido, ataca a profundidade, não tem medo do um para um.

Depois da estreia no Samouco (marcou o primeiro golo no triunfo, por 2-0)) segue-se domingo (diante do paio Pires) a estreia no Bonfim…

Para mim, todos os jogos são especiais quando tenho a camisola do Vitória vestida. Com todo o respeito pelas equipas, não me interessa o campo nem se o adversário é o Lagameças, o Samouquense ou o Paio Pires. No Bonfim, confesso que é especial por ser o meu estádio de sonho. Espero este ano fazer balançar as redes das balizas muitas vezes.

Como adepto, qual o melhor momento que guarda do Vitória?

A conquista da primeira edição da Taça da Liga, em 2008. Fui com a minha família inteira ao Estádio do Algarve, ganhámos ao Sporting nos penáltis (3-2). Também estive no Jamor, em 2005, quando o Vitória ganhou a Taça de Portugal ao Benfica e, como tinha cinco anos, as memórias são menos vívidas.

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