Costa da Caparica e Caparica são dois territórios onde estão a ser investidos dinheiros do PRR em medidas materiais e imateriais
O município de Almada tem duas operações integradas locais a decorrerem no âmbito do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Uma delas na Freguesia da Costa da Caparica e outra na União das Freguesias da Caparica e Trafaria. Dois territórios “com realidades diversas. Estamos muito felizes com os resultados e mobilização que está a ser criada”, afirmou a presidente da Câmara de Almada.
Inês de Medeiros falava durante o encontro “Comunidades em Acção – Operações integradas locais”, que decorreu na passada terça-feira na Startup Barreiro onde, além de Almada, participaram os municípios do Seixal e Barreiro, que deram a conhecer o que cada um dos municípios está a desenvolver para as comunidades desfavorecidas, com financiamento do PRR.
Para as duas operações integradas locais no município, que consistem em 23 projecto, foram estabelecidos contratos-programa com dez entidades parceiras, promotoras. Estas duas operações dividem-se entre medidas materiais, caso de obras, e imateriais como a capacitação da população. Na Costa da Caparica, o projecto em andamento consiste na criação do Agroparque, direccionado para agricultores e pescadores, enquanto na localidade de Caparica as acções são direccionadas para equipamentos e para a formação e profissionalização da população.
Na Costa da Caparica, o projecto com a marca “Terras da Costa e Mar”, está a intervir no bairro Terras da Costa, zona de uso essencialmente agrícola onde têm sido usados, sem autorização, terrenos municipais. “Este é um conflito com décadas. Temos avançado com processos em Tribunal e a Câmara Municipal tem ganho”, lembra Inês de Medeiros.
Mas para a autarca este não é o caminho, pelo que as pessoas que moravam nesta zona “têm sido realojadas” e, ao mesmo tempo, a autarquia tem procurado uni-las para que estas aceitem construir um projecto para uma “agricultura de transformação com a criação da marca ‘Terras da Costa e do Mar’, juntado também a comunidade pescadores”, para isto revela Inês de Medeiros, já foram captados vários parceiros.
No âmbito do Agroparque, o maior do género da Área Metropolitana de Lisboa, está ainda prevista a construção de um eco edifício multifuncional para apoiar tanto agricultores como pescadores através de formação e promoção dos produtos locais.
Na freguesia de Caparica e Trafaria, a operação integrada está a desenvolver-se segundo sete eixos de intervenção, com diferentes medidas a executar. Estes passam pela reabilitação de espaços não comercias da Urbanização Nossa Senhora da Conceição, reabilitação do espaço público do Monte da Caparica, reabilitação e dinamização de equipamentos desportivos.
Nesta lista cabem ainda acções como o projecto Mata Viva, a Mata Nacional das Abas da Raposeira, o projecto Do Lixo ao Luxo e outros dedicados ao ambiente, saúde, saneamento, educação, espaço público e projectos culturais de escola.
A iniciativa “Comunidades em Acção, Operações Integradas Metropolitanas” é um dos maiores investimentos realizados na Área Metropolitana de Lisboa (AML) é dirigido às comunidades desfavorecidas, e será concretizado através de seis intervenções intermunicipais, compostas por 31 operações locais.
Dar “um novo fôlego” às comunidades desfavorecidas é o grande propósito da iniciativa, que Carlos Humberto de Carvalho, primeiro-Secretário da AML, classifica como “um projecto de esperança”.
O Encontro culminou com uma visita aos territórios. No caso de Almada, os técnicos municipais, dirigentes, parceiros executores e decisores políticos que participaram no encontro tiveram oportunidade de conhecer o Agroparque Terras da Costa, um dos projectos da Câmara de Almada, que integra o Plano Metropolitano de Apoio às Comunidades Desfavorecias da AML.