Conferência na StartUp Barreiro deu a conhecer iniciativas financiadas pelo PRR no Barreiro, Almada e Seixal
Os municípios do Barreiro, Almada e Seixal estão unidos no apoio às comunidades desfavorecidas dos seus territórios.
As iniciativas dos três concelhos foram apresentadas esta terça-feira, na StartUp Barreiro em mais uma conferência das “Comunidades em Acção – Operações Integradas Metropolitanas”, também com a Área Metropolitana de Lisboa (AML), e onde estão a ser priorizados 95 projectos em investimento que ronda os 18 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O Barreiro está a desenvolver uma acção na União de Freguesias do Alto do Seixalinho, Santo André e Verderena, mais especificamente no Bairro Alves Redol, que se prende com a reabilitação de todo o espaço público do centro do Alto do Seixalinho, nas infra-estruturas do sub-solo, águas e saneamento, e, a reformulação da mobilidade, onde se incluem estradas e passeios. A esta junta-se ainda a reabilitação de uma escola primária naquela zona e outras acções ligadas a áreas como cultura, desporto, e combate ao insucesso escolar.
Antes dos projectos serem conhecidos a vereadora na Câmara Municipal do Barreiro, Sara Ferreira, considerou que estão reunidos “todos os elementos necessários para fazer a diferença naquele território e naquela população”, adiantou na sessão de abertura do evento.
“Nas actividades imateriais tínhamos 30 parceiros envolvidos desde o início mas, neste momento, temos mais de quatro mil participantes. Só podemos fazer a avaliação no fim mas achamos que estamos mesmo a ter um impacto real na população”.
Os municípios de Almada e Seixal também apresentaram as iniciativas dos seus territórios (ver caixa), sendo que os três concelhos compõem o Arco Ribeirinho Sul Poente.
Verba não deve substituir investimentos camarários
O dinheiro que existe para financiamento dos projectos não deve substituir o investimento de nenhuma das câmaras municipais envolvidas. Este é o entendimento do Carlos Humberto de Carvalho, primeiro secretário da AML, que falava na sessão de encerramento.
“Esta verba não deveria existir para fazer coisas que já estão a ser feitas, mas sim para coisas novas, e não para substituir investimento que as autarquias fazem directamente. Mas sabemos que se não fosse esta verba a substituir alguns dos investimentos que estamos a fazer, estes se calhar deixavam de se fazer”.
O responsável considerou que “18 milhões de euros é um valor com significado” e que o projecto em questão “leva décadas para vencer”, pelo que os municípios terão de saber “gerir com bom sucesso e equilíbrio” as verbas.
Vincou, por isso, que o investimento serve para agir na “redução dos níveis de pobreza e da exclusão social nos territórios, a promoção do acesso alargado à habitação, à saúde e aos serviços públicos, a qualificação das competências sociais das populações mais frágeis, a melhoria dos mecanismos de integração, inclusão e inovação social, e a aplicação de competências e resiliência das comunidades”.
“Os prazos são apertadíssimos e por isso é preciso olhar para o que estamos a fazer com realismo, dizermos que isto não vai estar pronto. É que as obras físicas ou estão concluídas ou, se estão concluídas em 80%, não são pagas, têm de estar a 100%”, pediu Carlos Humberto, quase a terminar a intervenção.
AML | Almada e Seixal com quatro operações
Também em Almada e no Seixal estão a ser desenvolvidas, no cômputo, quatro operações integradas.
No primeiro dos municípios, e especificamente na freguesia de Caparica, está a ser desenvolvido um parque agro-alimentar das “Terras da Costa e do Mar”, que também dá nome a um festival, tal como à construção de um eco-edifício multifuncional para apoio a agricultores e pescadores, e, a reabilitação de espaços públicos.
No caso da união das freguesias de Caparica e Trafaria estão a ser seguidos sete eixos de intervenção, onde estão a ser levadas a cabo iniciativas como a reabilitação de espaços não comerciais da urbanização de Nossa Senhora da Conceição, a requalificação do espaço público do Monte da Caparica, ou o projecto “Mata Viva”. No total são 23 projectos para os quais foram assinados contratos-programa com 10 entidades parceiras e executoras.
No concelho do Seixal, e na freguesia de Amora, foi iniciada a requalificação da igreja no Bairro da Quinta da Princesa, a criação e requalificação de hortas urbanas, a criação de um centro comunitário e outros projectos pedagógicos, e, a formação de uma orquestra ligeira na Quinta da Princesa.
Já nas freguesias de Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires a intenção é criar uma via segura entre Bairro da Cucena e a creche Sonho Azul, requalificar espaços verdes e criar um centro de atendimento ao morador, entre outras.