Sindicato fala em 70% de adesão à greve dos enfermeiros em Setúbal e há unidades de saúde encerradas

Sindicato fala em 70% de adesão à greve dos enfermeiros em Setúbal e há unidades de saúde encerradas

Sindicato fala em 70% de adesão à greve dos enfermeiros em Setúbal e há unidades de saúde encerradas

Ao dia de hoje nem o bloco operatório nem o serviço de cirurgia do Hospital de São Bernardo estavam em funcionamento

A adesão à greve dos enfermeiros convocada para hoje e amanhã está entre os 60% e os 80% nos hospitais da região de Setúbal e há várias unidades de saúde encerradas, garantiu o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

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“A greve dos enfermeiros, e vou falar particularmente no serviço de Setúbal, está com uma adesão bastante expressiva, acima dos 70%, e muitos centros de saúde estão encerrados ou estão a funcionar apenas com 30% dos enfermeiros”, disse à agência Lusa Zoraima Prado, do SEP.

“A área cirúrgica do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, aderiu a 100%. Tanto no bloco operatório como no serviço de cirurgia, a atividade está parada”, acrescentou a sindicalista.

De acordo com as informações avançadas pelo sindicato, há muitas outras unidades de saúde da região de Setúbal que estão a ser fortemente afectadas pela greve de dois dias, decretada pelo SEP, que coincide com a greve geral convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM).

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“O Centro Hospitalar do Barreiro/Montijo também está com uma adesão à greve de 70%, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, com mais de 60%, e, no Hospital do Outão, em Setúbal, a adesão à greve dos enfermeiros é de mais de 80%”, sublinhou Zoraima Prado, assegurando que também há várias unidades de cuidados de saúde primários com o serviço muito condicionado ou que estão mesmo fechadas.

“Estão encerradas a Unidade de Saúde Familiar (USF) do Vale da Amoreira e a Unidade de Cuidados de Saúde Primários (UCSP) da Baixa da Banheira (no concelho da Moita), as USF de Sesimbra e do Moinho de Maré (Seixal) e a USF da Aldeia Galega (Montijo). E as USF do Seixal e de Almada estão muito condicionadas porque estão a funcionar apenas com dois enfermeiros”, indicou.

Confrontada com o acordo assinado entre o Governo e a plataforma de cinco sindicatos, que inclui o Sindicato dos Enfermeiros (SE), o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU), o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), o Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPENF) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), e que, segundo a ministra da Saúde prevê um aumento salarial de cerca de 20% até 2027, Zoraima Prado desafiou o Governo a reunir-se com o SEP.

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“O Ministério da Saúde tem de agendar reunião e tem de nos apresentar uma proposta que não seja vergonhosa como aquela que conhecemos, que foi noticiada pelo próprio ministério e que tem a ver com aumentos salariais”, disse a sindicalista, convicta de que se trata de uma proposta que “mantém a discriminação de enfermeiros”.

“A proposta nada diz acerca dos milhares de euros que o Governo pagou aos outros trabalhadores da administração pública em retroactivos e que não quer pagar aos enfermeiros. Nada diz acerca do nosso risco e penosidade, sobre a questão da idade da reforma, sobre a questão da penosidade particular do trabalho por turnos. E a resposta dos enfermeiros está na adesão a esta greve”, frisou.

À porta do Hospital de São Bernardo, a agência Lusa tentou ouvir vários utentes com consulta marcada, mas os que acederam falar tinham sido atendidos, como foi o caso de Teixeira Bargão, de 72 anos.

“Tinha consulta de Nefrologia marcada e fui atendido normalmente, sem qualquer problema”, assegurou.

O movimento de utentes no Hospital de São Bernardo parecia esta terça-feira muito inferior ao habitual, particularmente na sala de espera da consulta externa, muitas vezes superlotada, mas que hoje, dia de greve de médicos e enfermeiros, estava praticamente vazia cerca das 11h30. E o número de utentes nas salas de espera para as consultas de diversas especialidades também parecia ser muito menor do que o habitual.

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