“Estudos de pré-avaliação, avaliação e de engenharia” são os próximos passos depois da assinatura de um protocolo
A Câmara Municipal de Alcácer do Sal e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) assinaram esta quarta-feira um protocolo que dá início ao projecto de desassoreamento e limpeza do rio Sado naquele território.
A acção vai ser feita na frente ribeirinha urbana da cidade alcacerense, numa área de cerca de mil metros, e vai beneficiar em torno de 7733 pessoas, assim como melhorar aspectos como “o assoreamento do rio, a falta de limpeza das margens, a falta de condições de navegabilidade, e, a falta de controlo/regulamento das actividades ligadas ao rio”, lê-se no documento do protocolo concedido a O SETUBALENSE.
A próxima fase passa por elaborar “estudos de pré-avaliação, avaliação e de engenharia” que vão ser feitos “com recurso a tecnologias que nunca foram utilizadas”. Falta ainda uma “análise rigorosa do ponto de vista geológico sobre aquilo que se pretende fazer”, por se tratarem de “sedimentos e lamas”, como explicou o presidente da câmara municipal, Vítor Proença, em declarações aos jornalistas à margem do evento.
Esta, que é uma solicitação que tem sido feita junto da APA desde 2022, é uma “reivindicação justíssima e não é só uma questão estética da paisagem na cidade porque a mecânica da água, com estas curvas e contracurvas que o rio faz e que a Natureza impôs, tem problemas gravíssimos para o ambiente, para a defesa da linha de água, para protecção contra cheias e inundações”
O autarca pede que o projecto “avance o mais rápido possível”, mesmo dizendo que vai durar alguns meses.
Quem também reconhece a importância da iniciativa é o presidente do conselho directivo da APA porque, detalha, “o clima está a mudar e que vamos ter picos de precipitação mais frequentes e mais intensos, e é preciso preparar os territórios, preparar os rios e as ribeiras para essa nova realidade”. José Pimenta Machado apontou o mês de Julho do próximo ano como a altura em que os estudos deverão estar concluídos e em que haverá “condições para lançar a empreitada”.
Sobre quem vai fazer o financiamento do projecto ainda não há uma resposta concreta porque ambas as entidades podem financiar o montante de 180 mil euros. “Trabalhámos para o financiamento do estudo e agora vamos encontrar também financiamento para depois avançar com a empreitada para a dragagem. Depois, vemos a melhor forma de o fazer, ou faz o município com o nosso apoio, ou a APA com o apoio do município”.
Os fundos europeus poderão também ser uma ferramenta para alavancar a iniciativa. “Estamos no início do Portugal 2030 e não será por falta de financiamento que esta obra não se irá fazer e queremos muito que aconteça”, considerou o responsável da APA.