Incêndio tomou proporções gigantescas e foi galgando floresta e mato entre o Pinhal das Freiras, o pulmão verde do Seixal, e a Herdade da Apostiça, em Sesimbra
Um incêndio de grandes dimensões que deflagrou na tarde da passada quarta-feira no Seixal e só foi dominado na madrugada de quinta-feira quando já estava no concelho de Sesimbra, perto da Lagoa de Albufeira consumiu 840 hectares de mato e floresta entre os dois concelhos.
Os dados da área ardida, provisórios, e avançados pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) apontam para 230 hectares ardidos no Seixal e 600 em Sesimbra.
De acordo com o ICNF, o incêndio consumiu sobretudo pinheiro-bravo mas, também, pinheiro-manso, em terrenos quase integralmente privados. “O ICNF está neste momento a proceder ao levantamento dos danos provocados pelo incêndio, em articulação com os serviços municipais, o qual servirá de base ao relatório de estabilização de emergência (REE), que estará concluído previsivelmente ainda em Setembro e no qual constarão as diversas propostas de medidas de recuperação dos ecossistemas e das infra-estruturas a executar pelas diferentes entidades (proprietários florestais e serviços públicos)”.
Durante o incêndio houve três bombeiros feridos por exaustão e inalação de fumos, cinco viaturas queimadas, que estavam em terrenos por onde o incêndio passou, e um anexo devoluto de uma habitação.
As chamas começaram numa viatura que se incendiou na berma da Autoestrada 33 (A33) perto das 12h30 de quarta-feira, propagando-se ao mato envolvente. O incêndio tomou proporções gigantescas foi galgando floresta e mato entre o Pinhal das Freiras, o pulmão verde do Seixal, e a Herdade da Apostiça, chegando perto da Lagoa de Albufeira.
A Protecção Civil de Sesimbra fechou o Espaço Interpretativo da Lagoa Pequena, um santuário natural de aves perto da Lagoa de Albufeira, retirando do local um grupo de turistas.
De acordo com a autarquia, o espaço, “uma das zonas mais sensíveis e importantes da região em termos ambientais, esteve em perigo, e chegou a ser dado como perdido, no entanto, o imenso trabalho dos bombeiros permitiu salvar este santuário natural, que viu cerca de 30 por cento da sua área ardida, mas maioritariamente em zona de caniçais”. Também a circulação na Estrada Nacional 377, entre Seixal e Sesimbra, esteve cortada ao trânsito pela GNR.
Na fase crítica, durante a tarde de quarta feira, estiveram envolvidos onze meios aéreos, entre helicópteros e aviões com grande capacidade de armazenamento, a apoiar os 345 bombeiros das várias corporações da Região de Setúbal e Lisboa com 108 viaturas de combate a incêndios.