Conferência Anual de Educação foi espaço de “reflexão e capacitação” da comunidade educativa e contou com contributos de especialistas
O Fórum Municipal Luísa Todi recebeu esta terça-feira a 10.ª Conferência Anual de Educação de Setúbal, com o executivo sadino a destacar a democratização da educação como uma das maiores vitórias da democracia portuguesa. Este evento serviu como um espaço de “encontro, reflexão e capacitação da comunidade educativa”, contando com o contributos de especialistas e partilha de experiências para procurar “novos caminhos” e definir “ações adaptadas” ao território setubalense.
O presidente da Câmara Municipal, André Martins, destacou a democratização da educação como “uma das maiores vitórias da democracia”. O edil setubalense, que fez o discurso de abertura, salientou que a escola pública representa “a igualdade de oportunidades, o acesso universal ao conhecimento e a promoção de uma sociedade mais justa e inclusiva”.
No entender do líder autárquico, esta conferência foi “o momento adequado para relembrar o papel central” das autarquias no processo educativo, o qual ficou reforçado “com uma transferência de competências mal desenhada e sem os adequados meios financeiros para suportar todas as responsabilidades” que lhes foram entregues, “mas que, como sempre, as câmaras municipais agarraram com a capacidade que lhes é reconhecida”.
Quanto à reabilitação e à criação de melhores espaços educativos, André Martins deixou a garantia que a Câmara Municipal está a fazer a sua parte. “Esperamos agora que o Poder Central cumpra a sua parte na abertura de candidaturas para a realização destas obras, dotadas de verbas adequadas para que possamos, finalmente, devolver a dignidade a estas escolas e a todos os que dela precisam e que nelas trabalham”, disse.
Após lembrar que “a democratização da escola deve ser um processo contínuo”, afirmou a necessidade de promover a “participação activa” dos alunos nas “decisões que afectam a sua educação e o seu futuro” e de “apoiar e valorizar as lutas dos professores e educadores, que diariamente se dedicam a garantir um ensino de qualidade”.
André Martins quer “educação de excelência” para todos
Neste sentido, considerou que “exigir melhores condições de trabalho e de ensino é crucial” para que todos tenham “acesso a uma educação de excelência”, incluindo nessa luta “todos os profissionais que contribuem para o funcionamento” das escolas, nomeadamente professores, auxiliares de ação educativa e técnicos.
André Martins defendeu ainda que Setúbal, “como cidade educadora e subscritora da Carta das Cidades Educadoras, tem um papel crucial neste processo” e “tem sido um exemplo de como a educação pode ser um motor de transformação social, promovendo o desenvolvimento integral de todos os seus habitantes”.
Cristina Gomes da Silva, professora na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), sublinhou na intervenção “Escola Pública em democracia: bem comum, direito universal, a “importância fundamental” da escola pública para a “emancipação dos indivíduos em sociedades livres, justas, solidárias e soberanas”.
Já a abordar o tema “Escola Pública na Cidade Educadora”, Marina Canals, secretária-geral da Associação Internacional das Cidades Educadoras, da qual Setúbal é membro desde 2012, realçou que, segundo dados da UNESCO, “em 2022 ainda havia 250 milhões de meninos e meninas no mundo sem acesso à educação”.
Evento foi “pontapé de saída” para o ano lectivo
Já na sessão de encerramento, a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, assinalou a importância que a comunidade educativa e outros agentes ligados ao sector assumem no fortalecimento da escola pública.
“Foi um dia de reflexões sobre a nossa prática educativa e sobre o que vamos desenvolver no futuro. Este pontapé de saída para o ano lectivo é muito importante para a Câmara Municipal de Setúbal”, assegurou a vereadora, que tem pelouro da Educação no município.
A autarca reforçou também que esta edição do evento contribuiu para a reflexão sobre a “importância” da escola pública e do “papel que toda a comunidade educativa deve ter na sua construção”.
Após a intervenção de Carla Guerreiro, houve ainda espaço para a exibição de um pequeno filme sobre a forma como o trabalho desenvolvido pela autarquia “cumpre os princípios” da Carta das Cidades Educadoras e com um pequeno apontamento cénico por jovens estudantes do concelho coordenado pela professora Susana Silvério.