Na cerimónia integrada nas comemorações do feriado municipal, será também distinguida a poetisa Ana Wiesenberger com o Prémio Bocage
A Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão (LASA) vai distinguir Maria Manuela Caldeira Ferrão e Victor dos Santos Gonçalves, ao atribuir-lhes a Medalha de Mérito Cultural. Na cerimónia marcada para este domingo, Dia da Cidade e do Bocage, sendo esta sessão integrada nas comemorações do feriado municipal de Setúbal, será também distinguida a poetisa Ana Wiesenberger, com o Prémio Bocage.
A primeira pessoa a receber a distinção será Maria Manuela Caldeira Ferrão, natural de Vendas de Azeitão, onde sempre viveu e, embora tendo começado a leccionar em Setúbal, praticamente realizou toda a sua actividade na comunidade azeitonense.
Licenciada pela Escola Superior de Belas Artes, é pintora por gosto e professora por vocação. Ao longo do seu percurso sempre foi solidária nos problemas sociais e ambientalistas. A educadora é também reconhecida na cidade que a viu nascer como uma mulher de causas, com dedicada participação e “exemplar” exercício de cidadania.
Maria Helena Fragôso de Mattos, que vai entregar esta distinção a Manuela Caldeira, caracteriza a homenageada pela “procura responsável” do cumprimento dos programas, respeitando a especificidade de cada turma, mas em que, na “aplicação pedagógica” dos mesmos, sempre conferia” uma tónica de inovação, desafio, autonomia e descoberta”.
Maria Fragôso Matos descreve o caminho de vida da homenageada como “bem preenchido pela entrega e rico por tudo o que deu” aos alunos e à comunidade e, em privado, pelo “amor à sua família”, considerando-a como uma “referência” para quem a conheceu e com quem trabalhou.
Também Victor Gonçalves, nascido em Setúbal em 1946, será homenageado, com o prémio a ser-lhe entregue por Carlos Tavares da Silva. O arqueólogo e historiador da pré-história começou os seus estudos na Escola Conde Ferreira e a seguir no Liceu de Setúbal. Ingressou no ano lectivo 1963-64 no Curso de História da Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou, defendendo como tese os resultados das suas próprias escavações no Castro da Rotura, em Setúbal.
Foi contratado em 1970 como assistente da Universidade de Luanda, onde ensinou Pré-História e Antiguidade Oriental. Foi convidado pelos professores Jorge Borges de Macedo e Joaquim Veríssimo Serrão, em 1972, para orientar a unidade lectiva de Pré-História, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Juntamente com Ana Margarida Arruda, foi fundador do projecto CAALG (Carta Arqueológica do Algarve), sendo este projecto o embrião do que, posteriormente, seria a UNIARQ. Foi, desde 1993 e até se jubilar, o primeiro director do novo Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa – UNIARQ, nascido da cisão do antigo Centro de Arqueologia e História, do qual era secretário desde o ano lectivo de 1989/1990. Jubilou-se, enquanto Professor Catedrático, das actividades de docência no ano lectivo de 2016/2017.
Após as distinções, haverá ainda espaço para um recital de poesia por Sara Loureiro e António Marrachinho, assim como um concerto de canto lírico pela Associação Setúbal Voz, guiada pelo maestro Jorge Salgueiro.