Iniciativa visa comemorar os 45 anos do Serviço Nacional de Saúde. E servirá ainda para propor soluções para as dificuldades sentidas no acesso aos cuidados de saúde no Litoral Alentejano
Utentes e profissionais de saúde de Odemira vão realizar na próxima sexta-feira, pelas 10h30 , uma acção pública na Praça Sousa Prado (“Jardim dos Patos”), que visa assinalar o 45.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Durante a iniciativa vão ainda “propor soluções para a melhoria” do SNS, anunciou a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Odemira.
A acção vai contar com a participação de Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum (organismo que congrega todos os sindicatos da administração pública), além de utentes, médicos e enfermeiros, revela a comissão.
Os utentes do SNS no concelho de Odemira queixam-se de “muitas dificuldades” de acesso aos cuidados de saúde e apontam os vários problemas com que se debatem naquele território do Litoral Alentejano.
“Num concelho com cerca de 30 mil habitantes, 25% dos utentes não têm médico de família; a freguesia de São Teotónio, uma das mais populosas do Litoral Alentejano, com cerca de 9 mil habitantes, 35% não têm médico de família; na Freguesia de Luzianes-Gare, os ttentes têm de realizar cerca de 30 Kms para terem cuidados médicos, porque a sua extensão de saúde está encerrada”, indica a comissão, no que toca aos cuidados de saúde primários. E adianta: “A freguesia de Vila Nova de Milfontes, com cerca de 6 mil utentes, em que no Verão triplica a população, a extensão de saúde está muito degradada. Há mais de 10 anos que há diversas promessas de construção de um edifício novo, por parte dos diversos Conselhos de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano.”
Em relação aos cuidados hospitalares, a comissão de utentes do concelho de Odemira salienta “no Hospital do Litoral Alentejano, os tempos máximos de resposta garantidos (tempos de espera), nas consultas, cirurgias e exames, ultrapassam na sua maioria em muito o limite legal, como, por exemplo, na cirurgia de urologia que tem um tempo de espera de cerca 400 dias”.
“No Hospital do Litoral Alentejano não existe maternidade, por isso as grávidas têm de recorrer ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, ou ao Hospital São Bernardo, em Setúbal, mas muitas vezes estes serviços encontram-se encerrados. Assim os bebés nesta região nascem na berma da Estrada”, lamenta a comissão de utentes, a concluir.