Paulo Silva lamenta “repentina destituição” da administração da Unidade Local de Saúde

Paulo Silva lamenta “repentina destituição” da administração da Unidade Local de Saúde

Paulo Silva lamenta “repentina destituição” da administração da Unidade Local de Saúde

Para o autarca “nada justificaria esta destituição” uma vez que a actual administração tinha conseguido uma boa relação com os profissionais de saúde, utentes e autarquias

O presidente da Câmara Municipal do Seixal lamentou hoje a “repentina destituição” do conselho de administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal considerando que “tem feito um trabalho esforçado e resiliente para tentar minorar os problemas existentes”.

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“A Câmara Municipal do Seixal vê com surpresa esta destituição repentina da dr.ª Maria Teresa Luciano a quem deixo uma palavra de solidariedade pelo trabalho realizado enquanto presidente do hospital Garcia de Orta e agora da Unidade Local de Saúde Almada – Seixal”, disse Paulo Silva em declarações à agência Lusa.

Na opinião do autarca “nada justificaria esta destituição” uma vez que a actual administração tinha conseguido uma boa relação com os profissionais de saúde, comissões de utentes e câmaras municipais “numa postura de diálogo com todos”.

Os problemas existentes, advogou Paulo Silva, devem-se a conflitos entre o Governo e os profissionais de saúde devido à falta de valorização da carreira, mas também ao facto de o Hospital Garcia de Orta atender um grande volume de população.

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“Foi projectado para 200 mil pessoas e a população dos dois concelhos de Almada e Seixal é já de cerca de 350 mil pessoas pelo que é impossível esta infra-estrutura conseguir responder sendo por isso cada vez mais necessária e urgente a construção do hospital do Seixal”, frisou Paulo Silva.

O presidente da Câmara Municipal do Seixal disse ainda que esta mudança vai agudizar os problemas existentes e adiantou que vai pedir uma reunião à ministra da Saúde para abordar esta questão assim como a da construção do Hospital do Seixal.

A direcção executiva do Serviço Nacional de Saúde decidiu na terça-feira afastar a administração da ULSAS, que integra o Hospital Garcia de Orta (Almada) e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal, no distrito de Setúbal.

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Teresa Luciano será substituída por Jorge Seguro Sanches, ex-governante socialista que assumiu funções de secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, de 2019 a 2022, e de secretário de Estado da Energia, de 2015 a 2018, em governos liderados por António Costa.

Na sequência da destituição de Teresa Luciano directores de serviço do Hospital Garcia de Orta, coordenadores de centros de saúde do agrupamento Almada–Seixal, enfermeiros gestores e técnicos coordenadores subscreveram um abaixo-assinado a contestar a decisão.

Os profissionais de saúde dizem discordar da decisão de demissão do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde Almada-Seixal (ULSAS) e reiteram “toda a confiança na actual equipa de gestão e na continuidade dos projectos em curso”.

Na sua opinião, o trabalho que tem sido desenvolvido pela equipa liderada por Teresa Luciano foi positivo, pelo que manifestam a sua solidariedade para com todos os elementos.

O documento é assinado por 36 directores de serviço do Hospital Garcia de Orta, pelos coordenadores de 23 Unidades de Saúde Familiar, 16 enfermeiros gestores e nove técnicos coordenadores.

A demissão da administração recebeu também críticas da presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, que considerou inaceitável a forma como o processo foi conduzido.

“Fui totalmente surpreendida. Consideramos inaceitável a forma como isto é anunciado”, disse Inês de Medeiros em declarações à agência Lusa, manifestando-se solidária para com a presidente destituída.

Sem pôr em causa a competência do substituto de Teresa Luciano, Inês de Medeiros considera que o procedimento não mostra respeito pelo trabalho feito, além de defender que “esta não é forma de lidar com os municípios”, criticando assim o facto de os autarcas não terem sido ouvidos, tal como as equipas do hospital.

A autarca socialista realçou que a ULSAS estava num processo de reorganização, pelo que considera que “esta mudança, independentemente da qualidade da nova administração, vem criar uma perturbação enorme num processo que estava a correr bem”.

Comissão de utentes do Seixal preocupada com mundanças na administração da ULS

A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal manifestou-se também hoje preocupada com a mudança de administração na Unidade Local de Saúde de Almada-Seixal (ULSAS), temendo que os projectos em curso parem durante meses.

Em declarações à agência Lusa, José Lourenço, da Comissão de Utentes da Saúde do Concelho do Seixal disse não entender porque é que o Governo destituiu a administração e recordou que estavam em desenvolvimento vários projectos.

“É inadmissível e quem vai sofrer com isso são os utentes”, disse, adiantando que a comissão não encontra motivos de gestão que justifiquem a demissão do conselho de administração.

Por outro lado, José Lourenço afirmou que a comissão considera “desrespeitosa a forma como a destituição foi comunicada”, sem serem apontadas razões, e “uma desconsideração para com os profissionais que integram a ULSAS e as autarquias”.

“Se as razões têm a ver com o fecho das urgências obstétricas então teriam de demitir todos os conselhos de administração da região de Lisboa e Vale do Tejo, que é onde se concentra o maior problema ao nível de recursos humanos”, frisou.

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