Youth4Change: Educação sem barreiras

Youth4Change: Educação sem barreiras

Youth4Change: Educação sem barreiras

A Casa do Largo, no Largo José Afonso, em Setúbal, tem sido a sede da associação juvenil Youth4Change

Em poucos meses de actividade, a associação juvenil Youth4Change carimba a sua presença na Margem Sul.

Sediada na Casa do Largo, em Setúbal, esta organização tem apostado num modelo de educação não formal e na cidadania activa, no qual se dirige a escolas locais, para desenvolver os mais variados temas para turmas do ensino básico e secundário.

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Iniciaram a sua atividade em outubro de 2023 e, desde aí, já contactaram com mais de quatro mil estudantes. Deslocando-se a escolas da margem sul, realizam simulações de debates que abrangem temas variados, desde as alterações climáticas à igualdade e direitos humanos. “Tinha consciência de que ir às escolas era importante, mas nunca imaginei a diferença e a importância que tem”, refere João Brás, presidente da associação Youth4Change. Menciona ainda o apoio que têm dos professores durante estas visitas, que veem as atividades como benéficas para a aprendizagem dos seus estudantes. Quando as realizam, os alunos mostram-se interessados, interessantes e, acima de tudo, preocupados com o estado do país e do mundo.

Existem atividades com mais participação e outras com menos, mas desde o início do funcionamento da organização, analisaram uma elevada desconfiança por parte dos jovens na política, e extrapola João, que esta desconfiança não se sente só nos jovens, mas sim na sociedade como um todo.

Esta estrutura apartidária e sem fins lucrativos foca-se num modelo horizontal, em que colocam dentro de quatro paredes “um vereador, um deputado, um eurodeputado e um estudante a dialogarem e debaterem sobre temas da sociedade atual”. Quando não têm autarcas, acabam por simular, numa sala de aula, um debate com os moldes do Parlamento Europeu, mas com o tempo estanque de uma aula. É algo diferente e que os estudantes veem com bons olhos, pois, posteriormente, solicitam mais atividades e convites tal como os que acabaram de experienciar.

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No entanto, nestes primeiros meses, nem tudo tem sido fácil. Quando questionado sobre as dificuldades na realização das atividades, João Brás afirma que “Setúbal está fechado ao associativismo e à sociedade civil”. Adiciona, ao dizer que, apesar de estarem sediados na região sadina, devido às dificuldades de operação na região, acabam por operar noutros locais como o Barreiro. Neste curto período de atividade, dizem também ter sentido e verificado que, quanto mais altos são os rankings das escolas, mais abertas estão às atividades que oferecemos. Tentam combater esta realidade com convites abrangentes, mas acabam por obter respostas negativas ou inexistentes, algo que os entristece, mas não os desmotiva.

O espectro de atividade da Youth4Change acaba por não se cingir ao concelho de Setúbal. Apesar de se focarem em escolas localizadas na margem sul, acabam por apresentar as suas conclusões a terceiros. Estas ilações são retiradas em dezenas de escolas, acabando por abranger espectros socioeconómicos distintos. Assim, a sua visão, posteriormente, é apresentada, não só ao Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), mas também a múltiplos eurodeputados, tanto em solo português como em solo internacional. Abordam ainda a facilidade com que comunicam com os eurodeputados, que apoiam uma chamada telefónica em discernimento a uma reunião, já que “acaba por ser menos produtiva do que uma chamada, em que são discutidos mais assuntos mais rapidamente”, afirma João Brás. Ainda na vertente internacional, realizaram também uma campanha onde doaram materiais escolares para a Guiné, capacitando o apoio social num espectro internacional.

De olhos postos no futuro, o presidente da associação juvenil sente que ainda há muito por desenvolver. Numa primeira análise, foca-se na ligação pouco desenvolvida com a Europa, referindo que tem de existir um esforço de ambas as partes, onde se “leva o local para a Europa e a Europa ao local”. Numa segunda, reitera que a educação não formal atrai mais os jovens a quererem aprender sobre novos assuntos, querendo continuar a chegar a mais estudantes. Entre viagens a escolas locais e ao Parlamento Europeu, a Youth4Change pauta a sua atividade no apoio à comunidade e no desenvolvimento de um pensamento crítico jovem, desenvolvendo a sociedade local.

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Artur Santiago
Mestre e Costa*

*Mestrando em Ciências da Comunicação na Universidade Católica Portuguesa

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