Foi através de duas formas de arte que a vila do Litoral Alentejano tornou mais perene a homenagem aos 50 anos da revolução
A vila de Odemira optou pela escrita e pela pintura para assinalar de forma eterna uma homenagem aos 50 anos da Revolução dos Cravos. Com as duas obras a serem reveladas no mesmo dia, ambas feitas por várias pessoas, na vila do Litoral Alentejano os valores de Abril ficaram eternizados com a apresentação do livro “Liberdade” e com a inauguração do mural “A Sopa Sabe a Liberdade”.
Foi no decorrer do Festival da Justiça e Liberdade, a 27 de Abril, que a Biblioteca Municipal José Saramago recebeu a apresentação do livro de contos “Liberdade”, editado pela ASSESTA – Associação de Escritores do Alentejo. Durante a tarde do mesmo dia, fez-se a inauguração do mural “A Sopa Sabe a Liberdade”, uma obra colectiva de oito artistas residentes no concelho.
Foi com concertos dos Xutos e Pontapés, Capitão Fausto e Richie Campbell, mas também cante alentejano, literatura, poesia, exposições e debates que Odemira celebrou os 50 anos do 25 de Abril, com um vasto programa de dia 13 a 28 do mês da revolução.
Ao longo de duas semanas, as ruas e palcos da vila de Odemira acolheram mais de 75 eventos, onde se destacou a música e os grandes concertos, mas também a cultura local, o cante alentejano, a literatura, poesia, exposições e debates, o teatro, o cinema e animação de rua.
O programa incluiu ainda eventos desportivos e de pirotecnia, assim como a sessão extraordinária da Assembleia Municipal e o hastear da Bandeira Nacional, como momentos de maior solenidade e protocolo.
Para que toda a vila fosse vivida em ambiente de festa e comemoração, os artistas apresentaram-se em quatro palcos distribuídos por diferentes espaços. No Palco Liberdade (Jardim Ribeirinho), Palco Revolução (Largo Miguel Bombarda), Palco Abril (Largo Brito Pais) e Palco Igualdade (Jardim Sousa Prado).
Na música, o destaque esteve nos concertos realizados entre os dias 24 e 27 de Abril. Na noite de dia 24, actuaram Marco Rodrigues e Richie Campbell, enquanto no dia seguinte foram os Capitão Fausto e Xutos e Pontapés que garantiram a animação. Já a escolha do público, Wet Bed Gang, subiu a palco no dia 26 de Abril.
O mural “A Sopa Sabe a Liberdade”, uma obra colectiva de oito artistas residentes no concelho, foi inaugurado a 27 de Abril
No dia seguinte, 27, o Abril em Odemira – Festival da Justiça e Liberdade apresentou um concerto com a Banda Filarmónica de Odemira, com os convidados especiais Pedro Mestre e o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e a participação de Mariana Martins e Sónia Barradas.
O festival integrou ainda o ciclo temático “25 de Abril, Justiça e Liberdade”, com exposições, colóquios e cinema, para afirmar Odemira como “território de Justiça e Liberdade”, onde a par da celebração em ambiente de festa se fomentou a “reflexão e debate” dos valores implícitos à Revolução de Abril.
Desde 1979 que o município de Odemira celebra de forma marcante a mudança política, social e cultural que ocorreu no País há 50 anos, com a dinamização anual de um programa de actividades de referência da programação local e regional, mobilizando milhares de pessoas para as suas iniciativas.
A organização das comemorações “Abril em Odemira – Festival da Justiça e Liberdade” foi assumida pelo município, com a concretização de parcerias com entidades de âmbito nacional, regional e local.
