3 Julho 2024, Quarta-feira

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Falta de Atendimento Complementar estraga alegria com abertura da nova Unidade de Saúde de Sesimbra

Falta de Atendimento Complementar estraga alegria com abertura da nova Unidade de Saúde de Sesimbra

Falta de Atendimento Complementar estraga alegria com abertura da nova Unidade de Saúde de Sesimbra

O novo edifício abriu a 1 de Julho com todas as valências a funcionarem, mas para Francisco Jesus não podem ficar pontas soltas

A nova Unidade de Saúde de Sesimbra abriu na passada segunda-feira, 1 de Julho. Quanto à inauguração formal, poderá acontecer no próximo dia 8 com a vinda à vila da ministra da Saúde, Ana Paula Martins. “Só hoje vamos ter essa confirmação. Não podemos afirmar que será nesse dia”, disse o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, a O SETUBALENSE.

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Depois de alguns engulhos que envolveram a Administração Regional de Saúde e a Unidade Local de Saúde sobre quem iria receber o edifício, e depois de Francisco Jesus ter reunido, em Maio deste ano, com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, onde lhe foi dito que o novo equipamento de saúde, no Morro do Calvário, na vila de Sesimbra, iria abrir em Junho, acabou por ser no primeiro de Julho. “Abriu à 8h00 com todas valências previstas a funcionarem”, afirma o autarca.

Ou seja, no novo edifício está instalada a Unidade de Saúde Familiar, a Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, a Unidade de Cuidados na Comunidade e a Unidade de Saúde Pública. Quanto ao número de médicos e outros profissionais de saúde e administrativos, o autarca diz que, com tantas valências, “é possível que haja sempre a falta de um médico”. E mesmo ao nível da Unidade de Saúde Familiar (USF), não aponta grandes falhas, tanto no novo equipamento, na freguesia de Santiago, como também no mesmo serviço nas freguesias do Castelo e Quinta do Conde.

Pelos números da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Sesimbra, a USF de Sesimbra tem “9879 utentes inscritos, dos quais 54 não têm médico de família”. Segundo Emília Leite, membro da comissão, ao serviço nesta unidade estão seis médicos, três enfermeiros e três administrativos, a sua conclusão é que “falta um médico”, mas, tal como o presidente não aponta  grandes queixas, a não ser uma; a falta do serviço de Atendimento Complementar sete dias por semana.

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Esta é também a grande preocupação de Francisco Jesus. Num concelho com mais de 52 mil residentes e que aumenta exponencialmente de população na altura do Verão e em  alturas de festa, como no Carnaval, um serviço de Atendimento Complementar a funcionar apenas ao sábado e ao domingo, entre as 9h00 e as 18h00, “é claramente insuficiente”. “Foi este o compromisso do presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde da Arrábida”, e mais informação o Francisco Jesus diz não ter.

Para o autarca é “inaceitável” que o concelho de Sesimbra esteja com “menos resposta na saúde do que teve há 15 anos”, e lembra que o serviço de Atendimento Complementar funcionava 24 horas por dia. “Hoje, quem tem médico de família, pode aceder à consulta aberta entre as 8h00 e as 20h00, depois disso dirige-se ao Hospital de São Bernardo [Setúbal]. Mas, quem não tem médico de família, ou está no concelho em visita ou férias, em caso de doença súbita tem de ir a um hospital, não tem resposta no concelho a hora alguma”.

A dificuldade, reconhece, é os responsáveis pelo sector da saúde conseguirem médicos que assegurem este serviço dentro de um horário alargado, sete dias por semana. Aliás, esta é uma das exigências que está à cabeça do caderno de reivindicação da comissão de utentes. “Exigimos que a ministra da Saúde resolva esta situação rapidamente”, diz Emília Leite, e o mesmo exige a António Gandra d’Almeida, director executivo do SNS.

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Quanto à capacidade do serviço e funcionalidade das novas instalações, diz que “só dentro de uma semana se vai perceber, depois de falarmos com os utentes”. Uma coisa é certa, não tem dúvidas de que a nova unidade de saúde “veio acabar com os constrangimentos que existiam no antigo edifício alugado à Santa Casa da Misericórdia de Sesimbra”, só lamenta que o Estado tenha levado tanto tempo a avançar com o novo equipamento. “Teve de ser a Câmara de Sesimbra a dar o primeiro passo”, lembra.

De facto, a concretização do projecto só foi possível devido a um investimento da Câmara Municipal na ordem de 1,9 milhões de euros, ao qual acresce a cedência do terreno, avaliado em cerca de meio milhão de euros, o projecto de arquitectura, arranjos exteriores e parque de estacionamento, assim como com o lançamento, acompanhamento e fiscalização da obra.

No total, o edifício custou cerca de 3,6 milhões de euros, dos quais um milhão de euros foi assumido pelo Ministério da Saúde, 800 mil euros financiados no âmbito de uma candidatura feita pelo município ao programa Feder – Lisboa 2020 e o restante valor assegurado pelo orçamento municipal.

Portanto, a autarquia assegurou mais de metade do valor investido no novo equipamento de saúde, que agora entra em funcionamento, “apesar dos cuidados de saúde primários serem competência da Administração Central”, reforça a autarquia em nota de Imprensa.

Após conclusão da obra, o município cedeu gratuitamente, pelo período de 50 anos, o prédio onde está instalada a nova Unidade de Saúde de Sesimbra, uma cedência concretizada através da assinatura da constituição do direito de superfície entre o município e a Unidade Local de Saúde da Arrábida.

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