Artur Ceia alega motivos pessoais, mas também políticos devido a “divergências” com a concelhia
O vereador Artur Ceia, um dos dois eleitos pelo PS na Câmara de Santiago do Cacém, de maioria CDU, renunciou ao mandato, invocando motivos pessoais, mas também políticos devido a “divergências” com a concelhia.
Em declarações à agência Lusa, Artur Ceia, que foi também o cabeça de lista do PS à Câmara de Santiago do Cacém nas últimas eleições autárquicas, indicou que “os motivos da renúncia são de natureza pessoal e política”.
“Já há algum tempo que existiam divergências políticas com o presidente da concelhia do PS de Santiago do Cacém, na forma de fazer oposição no executivo da câmara, e que se foram acentuando”, disse, escusando-se a precisar os motivos do desentendimento.
Com o início da “fase de preparação para as próximas eleições autárquicas, era importar não continuar [na oposição] para não ser obstáculo a uma futura estratégia” do partido, limitou-se a acrescentar.
O pedido de renúncia foi apresentado, na passada sexta-feira, ao presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha (CDU), durante a reunião quinzenal do executivo municipal.
Segundo o ex-autarca e militante socialista, a entrega deste pedido de renúncia foi sendo adiada, nos últimos meses, devido às eleições legislativas (Abril) e europeias (Junho), para evitar “contribuir com qualquer ruído” durante o período eleitoral.
Agora, acrescentou, estavam reunidas as condições para renunciar ao cargo, uma vez que “este é o momento em que o PS, a nível concelhio, vai iniciar o seu processo de [definição] da estratégia para as próximas [eleições] autárquicas”.
“Como não tinha pretensão de vir a ser candidato a mais nada, para bem do partido e da coesão interna decidi que era melhor, neste momento, afastar-me para que o partido possa, de forma natural, definir a sua estratégia para as próximas autárquicas”, vincou.
Apesar de considerar que estas decisões “não são tomadas de ânimo leve”, uma vez que pretendia “cumprir o mandato” até ao fim, Artur Ceia defendeu que é seu dever “contribuir para a unidade do partido”.
“Fui candidato numa lista de um partido e não como independente e, nesses termos, havendo divergências, entendi que devo contribuir para a unidade do partido e não para a desunião”, insistiu.
A Lusa tentou obter declarações do presidente da concelhia de Santiago do Cacém do PS mas não até ao momento não esteve disponível.
Artur Ceia foi eleito vereador pelo PS na Câmara Municipal de Santiago do Cacém nas eleições autárquicas de 2021 e não tinha pelouros atribuídos.
A Câmara de Santiago do Cacém é presidida por Álvaro Beijinha (CDU) e o executivo camarário é composto por quatro eleitos da CDU, dois do PS e um da coligação PSD/CDS-PP/PPM.
