Fique a saber o que irá poder encontrar no interior do novo equipamento cultural do Barreiro
A Casa da Cidadania Cabós Gonçalves vai ser inaugurada na próxima sexta-feira, 28, Dia da Cidade do Barreiro, pelas 10h30.
O novo pólo cultural resulta da reabilitação integral de um edifício da Infraestruturas de Portugal – património ferroviário localizado nas proximidades da Estação Barreiro A, que estava devoluto há cerca de 25 anos –, na sequência de um protocolo firmado entre o município barreirense e aquela empresa estatal.
A autarquia investiu mais de 1,5 milhões de euros no equipamento, que engloba um auditório com 78 lugares mais dois para pessoas com mobilidade reduzida, uma zona de exposições, área de serviços da Câmara Municipal e, no 1.º piso, gabinetes para todos os partidos políticos com assento na Assembleia Municipal poderem trabalhar. “Vai ser também a casa do presidente da Assembleia Municipal, que ali terá um gabinete”, revela Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, que desvenda ainda a riqueza do recheio patrimonial que vai estar patente no local.
“Vai apresentar uma exposição sobre a construção da democracia no Barreiro no pós-25 de Abril, uma mostra da autoria do município que vai ser permanente. Nesta fase o auditório ainda vai funcionar como zona de exposição, porque temos um espólio muito grande com fotografias únicas do 1.º de Maio de 1974 e 1975 e vamos aproveitar para as expor agora”, salienta, para destacar de seguida outra parte da história local que vai poder ser apreciada. “Vamos ter uma parede com as fotografias e as fichas da PIDE de todos os presos políticos do Barreiro, para que as pessoas não se esqueçam dessa realidade. E vamos também lembrar às pessoas quem foram os barreirenses que morreram na guerra do Ultramar. Temos um painel dedicado a eles, com os seus nomes e os seus postos [militares].”
Mas, a história barreirense na Casa da Cidadania não se ficará por aí. “Entre outras coisas, vamos ainda mostrar todos aqueles que, desde a primeira comissão administrativa pós-25 de Abril até aos dias de hoje, foram eleitos pelo poder local. Porque é assim que também contamos a história da nossa cidadania, contando a história de homens e mulheres que muito deram de si para a construir. Vai ser um equipamento muito dignificante para o Barreiro”, conclui o edil.
Cabós Gonçalves, que dá nome à Casa da Cidadania, faleceu em Maio de 2017. Foi fundador do PS no Barreiro e também apoiante da CDU. Foi eleito várias vezes membro da Assembleia Municipal e um defensor de causas, que ficou recordado por sempre vincar: “Sou do Barreiro, estou cá para o Barreiro e do Barreiro não quero nada, mas quero dar ao Barreiro aquilo que puder.”