Pescadores exigem respostas para darem parecer sobre locais que vão receber dragados

Pescadores exigem respostas para darem parecer sobre locais que vão receber dragados

Pescadores exigem respostas para darem parecer sobre locais que vão receber dragados

A APSS avançou com um ‘fundão’ de 80 metros a Sul da barra do Sado para depositar dragados. Mas a maior associação de pescadores de Setúbal apesar de não estar completamente descontente, precisa de respostas a algumas dúvidas

 

 

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A Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS) reuniu com as associações de pesca Sesibal e Setúbal Pesca para definir uma solução para a deposição dos dragados decorrentes das obras de melhoria das acessibilidades marítimas a esta infraestrutura portuária. Para já Ricardo Santos, presidente da Sesibal, a representante de maior número de pescadores, não avançou com nenhum parecer enquanto não ouvir resposta a algumas questões.

Da reunião com a presidente da APSS, Lídia Sequeira, o representante dos pescadores recebeu a garantia de que os dragados “não serão lançados na restinga”, diz a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO, mas embora tenha ficado agradado com essa promessa, precisa que sejam sanadas algumas dúvidas sobre um local agora apontado a Sul da barra do Sado.

Em reunião realizada há cerca de 15 dias com a Bivalmar, Lídia Sequeira, já tinha prometido que a restinga ficaria salva do produto das dragas e que procurava uma solução que assegure o cumprimento da Declaração de Impacto Ambiental (DIA), salvaguardando os interesses dos homens do mar.

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Cimpor e Secil vão usar mesmo

local da deposição de dragados?

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No último encontro, a presidente da APSS “apontou três locais para a deposição destes sedimentos contemplados na DIA, tendo a administração solicitado autorização para a deposição dos mesmos”, lê-se em comunicado da própria APSS. Disse ainda Lídia Sequeira que o alargamento do porto irá iniciar-se com os trabalhos de contenção do terrapleno junto ao Terminal Ro-Ro, onde serão depositados os sedimentos das primeiras dragagens a realizar.

Nesta mesma reunião a administração portuária voltou a enfocar que os outros dois locais que vão receber os dragados só serão utilizados “após o consenso com os pescadores e autoridades ambientais”.

Ora aqui é que começam a saltar dúvidas a Ricardo Santos. Um dos locais a receber os dragados fica a 2 milhas náuticas a Sul da barra do Sado, para o representante dos pescadores este é um local possível mas, apesar de ter 80 metros de profundidade, “não há garantias que os dragados não comecem a espalhar-se pelo estuário”.

Mais, quer que a APSS reúna com várias entidades para ficar conhecedora “se a Cimpor e a Secil vão continuar a fazer despejos naquela mesma zona”. Está ainda preocupado por “não existirem estudos sobre o impacte dos dragados a Sul da barra para o futuro da pesca”, e questiona ainda, com base no Títulos de Utilização do Espaço Marítimo que “só permite a deposição de 250 mil m2. Sendo assim, para onde vão os restantes cerca de 2,6 milhões de dragados dos previstos 2,870 milhões previstos na primeira fase”.

Diz Ricardo Santos que a APSS “tem obrigação” de saber responder a estas questões, e “só quando as conseguir daremos uma resposta. Temos de ficar inequivocamente esclarecidos para dar o nosso parecer”, reafirma.

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