“A rainha deste concurso é a região dos vinhos da Península de Setúbal”

“A rainha deste concurso é a região dos vinhos da Península de Setúbal”

“A rainha deste concurso é a região dos vinhos da Península de Setúbal”

Apesar da Casa Ermelinda Freitas, de Fernando Pó, Palmela, ter sido a mais distinguida no evento – com dez medalhas (três de ouro e sete de prata) –, a proprietária Leonor Freitas recusa o título de rainha do concurso

A Casa Ermelinda Freitas foi a mais premiada no XXIII Concurso de Vinhos da Península de Setúbal. Sente-se uma espécie de rainha da competição?

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A rainha deste Concurso é a região dos vinhos da Península de Setúbal. Claro que fico muito contente por a Casa Ermelinda poder contribuir para isso, mas é a região que tem a qualidade e todas as potencialidades que a Casa Ermelinda Freitas tenta aproveitar e divulgar. É para mim uma honra poder, de facto, dignificar a região.

Qual a importância atribui à iniciativa, que já vai na 23.ª edição, que premeia os vinhos da região?

São muito importantes. Em primeiro lugar porque permitem o convívio entre os produtores que, muitas vezes, não têm tempo, estão envolvidos no seu trabalho e falam e encontram-se pouco. Por outro lado, é importante, para todos os produtores, transmitir ao consumidor o resultado do concurso porque precisamos de vender. O facto de termos vindo a Santiago do Cacém é extremamente importante porque é mais difícil os vinhos da Península de Setúbal chegarem aqui.

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Ao nível da produção, que balanço faz do último ano na Casa Ermelinda Freitas?

Foi uma produção grande, correu bem. Há dificuldades, há muitas lutas e não podemos cruzar os braços, mas na Casa Ermelinda Freitas estamos a conseguir ultrapassar as dificuldades e até estamos a ajudar a região comprando algum vinho e uvas.

Quais as principais dificuldades com que se debatem?

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Houve um grande excesso de produção e, devido à instabilidade, subidas de Euribor, taxas, guerras, todos estes factores têm influência no consumidor, cujo poder de compra é afectado. De facto, há mais dificuldades, mas como a Casa Ermelinda Freitas tem um leque muito grande de actividades que abrangem vários sectores económicos – costumo dizer que temos vinhos para todas as bolsas e ocasiões –, por enquanto, estamos satisfeitos porque nos vamos mantendo.

Como têm sido as exportações?

A nossa grande luta tem sido ao nível das exportações e temos vindo a aumentar. Exportamos para 42 países, sendo que os principais são o Brasil, Estados Unidos e Inglaterra. Fazemo-lo também para a Polónia, Colômbia e Nigéria. Estamos sempre à procura de novos mercados e para o efeito temos um comercial internacional que faz esse trabalho no exterior. Por outro lado, a China parou a seguir ao Covid. Desde aí fecharam-se completamente à importação e só agora estão a começar a abrir portas novamente.

O aumento do turismo tem sido um factor importante para o consumo do vinho?

O turismo é fundamental. Quem vem ao nosso país gosta de visitar adegas e beber bons vinhos. Muitas vezes, consideram o vinho barato e apreciam a sua qualidade.

Se a sua mãe (Ermelinda) estivesse aqui a ver o reconhecimento que a marca a que deu nome tem tido ao longo dos anos a ser premiada, o que pensaria?

Coitada, sofreu e assustou-se muito com tanta mudança que fiz, viu ainda algumas coisas, mas não teve oportunidade de ver o que somos hoje. Penso que estaria orgulhosa da filha que saiu tão cedo de casa para estudar outro sector e, mesmo assim, deu continuidade ao que era da família, que, pela quinta geração, continua o seu legado.

Foi recentemente agraciada com o Prémio Personalidade do Ano da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). Qual o significado da distinção?

Foi extremamente emocionante. Quando fazemos alguma coisa não estamos a pensar que alguém dê por isso, mas confesso que fiquei muito satisfeita por a nossa região ter alguém com este prémio. É gratificante, mas também traz responsabilidade.

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