Novo espaço de investigação e ciência dá mais relevo ao património cultural e marítimo de Sesimbra

Novo espaço de investigação e ciência dá mais relevo ao património cultural e marítimo de Sesimbra

Novo espaço de investigação e ciência dá mais relevo ao património cultural e marítimo de Sesimbra

Centenário edifício no centro da vila é agora um espaço aberto ao público, às escolas da vila e de países nórdicos 

O Centro Cultural Costeiro, em Sesimbra, foi inaugurado no sábado, 25 de Maio, e abriu no antigo e emblemático edifício da Rua Dr. Aníbal Esmeriz, situado no coração da vila. O imóvel centenário foi totalmente remodelado para receber este novo espaço dedicado à preservação do património cultural e marítimo, e vai funcionar em estreita ligação com o Museu Marítimo de Sesimbra.

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Além da salvaguarda patrimonial, o projecto para o centro passa por actividades que incluem a conservação, o estudo, a protecção e a promoção social e cultural, além de fomentar a troca de conhecimentos relacionados com o mar. Uma cooperação que envolverá a comunidade sesimbrense e diversos parceiros noruegueses, como o Museu Marítimo da Noruega e a Universidade Ártica da Noruega.

Com o projecto a ser financiando, em parte, pelo mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu – EEA Grants, o Centro Cultural Costeiro é tido como um projecto de importante contributo para a revitalização de Sesimbra, que se insere na estratégia, “há muito planeada” de promoção cultural da vila. “É uma aposta clara naquilo que é a nossa identidade. Quem nos visita quer saber o que aqui se faz, e este espaço pretende salvaguardar aquilo que é a comunidade sesimbrense”, disse o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, aquando do descerrar da placa inaugural do equipamento.

O autarca referiu ainda que o apoio financeiro conseguido através da EEA Grants, “foi fundamental para este projecto com vertente de investigação”, que trabalha com a Academia norueguesa, e sublinhou: “É uma extensão do Museu Marítimo de Sesimbra com vários espaços e uma reserva visitável que pode ser usufruída por todos, num conceito mais aberto à população, mais partilhado e mais vivo”.

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A remodelação do edifício representou um investimento de cerca de 1,4 milhões de euros, contou com 900 mil euros do orçamento municipal e 750 mil euros do mecanismo financeiro EEA Grants. Deste montante, 500 mil euros foram destinados à obra física e 250 mil euros para acções imateriais, como intercâmbios de formação, seminários e uma exposição internacional realizada simultaneamente em Sesimbra e na Noruega.

Para Miguel Marques, director do programa EEA Grants, este investimento mostra a importância deste espaço: “Passámos de um edifício que era um esqueleto, vazio, para um edifício que está cheio, cheio de pessoas e de história”. E sobre o financiamento, comentou que “é apenas um bilhete de viagem para o conhecimento e partilha”, do edifício.

Além do centro propriamente dito, o projecto incluiu ainda a reabilitação da antiga Mercearia Ideal, que recebeu mobiliário original e se tornará, a partir do Verão, uma loja para promoção e venda de produtos tradicionais. O espaço também abrigará exposições e actividades pedagógicas, honrando a história do imóvel.

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Conta Arlindo Pombo, arquitecto do Centro Cultural Costeiro, que o edifício agora remodelado, “no princípio era de habitação com uma parte de comércio no piso de baixo. Agora é um local para a investigação e restauro de várias peças que a câmara tem. Pretendemos restaurar tudo aquilo que dá voz a Sesimbra, mantendo a cultura e os nossos símbolos”.

Quanto ao método de tratamento do espólio, explica Ana Palma, colaboradora do espaço, que “todas as peças foram doadas pela comunidade. Passam por um processo de higienização, são fotografadas e, por fim, colocadas na nossa base de dados, para depois serem pesquisadas e, consequentemente, visitadas por todos”.

Com o edifício recuperado e pronto a funcionar, apesar do projecto de salvaguarda do património e identidade marítima não estar concluído, ou seja, a vertente da construção naval será concretizada posteriormente com a abertura do Estaleiro Acácio Vidal Farinha, no Porto de Abrigo, Andreia Conceição, directora do Centro Cultural Costeiro sustenta que o mesmo “dará um contributo excepcional e único para a preservação, divulgação e dinamização do património marítimo [de Sesimbra], não só através da implementação de actividades com a comunidade, mas também com os públicos que visitam o museu marítimo”.

Edifício intimamente ligado à história local

Dos azulejos às cantarias, das portas às janelas, passando pela própria estrutura, foi profunda a transformação do centenário edifício onde chegou a funcionar um animatógrafo, serviços de tesouraria e finanças, a Mercearia Ideal, colectividades e até habitação,

A remodelação dos quatro pisos do imóvel com a instalação de várias valências, definiu que o piso 0 ficasse reservado ao laboratório de conservação e restauro e à antiga Mercearia Ideal, que será inaugurada em breve, com o mobiliário original, e que irá dar lugar a uma loja para promoção e venda de produtos tradicionais.

No piso 1 funciona a reserva visitável e, no piso 2, gabinetes de investigação, documentação, sala do serviço educativo e um auditório/sala de exposições. O último piso é reservado aos serviços da Divisão de Património Cultural.

Além das funções ligadas ao Museu de Sesimbra, o espaço constitui, igualmente um motivo acrescido para visitar a zona central da ‘piscosa’, e um contributo para devolver uma nova vida e dinâmica ao Largo José António Pereira, um local pleno de história ligada ao próprio edifício, ao Clube Sesimbrense e ao antigo Café Central, que fizeram desta praça o principal ponto de encontro das várias gerações de sesimbrenses e visitantes, durante largas décadas.

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