Líderes dos municípios da região esperam que solução seja definitiva e um processo rápido, sem demoras e retrocessos
A satisfação é o grande denominador comum entre os autarcas da região, depois de ser conhecida a decisão sobre a localização do novo aeroporto. Após o anúncio feito nesta terça-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que anunciou que a infra- -estrutura será no Campo de Tiro de Alcochete, os líderes autárquicos da região apenas esperam que esta decisão seja definitiva, o processo seja rápido e sem demoras e retrocessos.
De Alcochete a Sesimbra, passando por Barreiro, Palmela e Seixal, os autarcas destacaram o “impacto tremendo” no novo aeroporto na região e realçaram a necessidade de melhorar as acessibilidades. Apesar das “grandes vantagens” que o novo aeroporto traz para a região, é recordado que foi decidido algo “reclamado” há cerca de 20 anos, sendo ainda relembrado o papel do Seixal ao impedir que fosse cometido um “erro estratégico” para o País.
Fernando Pinto reforça necessidade de melhorar acessibilidades
Para Fernando Pito, presidente da Câmara de Alcochete, a decisão de o novo aeroporto vir a ser construído na região é benéfico para a sua população.
“Fico satisfeito porque, embora não estando no território de Alcochete, entendo que os danos colaterais desse investimento são positivos para a minha terra e para a minha gente”, disse à Lusa.
Fernando Pinto destacou como positivo para a zona a necessidade que um novo aeroporto vai acarretar de melhoria das acessibilidades, quer através de uma nova travessia sobre o Tejo com ferrovia, quer pela extensão do metro de superfície.
O autarca alertou, contudo, haver pressupostos que sempre defendeu como inegociáveis: o cumprimento da carta ambiental e a questão da segurança de pessoas e bens.
O autarca sublinhou que o seu concelho ocupa uma posição estratégica até do ponto de vista logístico, estando bem posicionado em relação aos territórios a norte e a sul.
“Registo com agrado e satisfação que ao fim de 50 anos de avanços e recuos estejamos em condições de tomar uma decisão sobre este investimento fundamental para o país, particularmente para a região onde estamos inseridos”, referiu.
Frederico Rosa realça “impacto tremendo” na região
Frederico Rosa vê no novo aeroporto de Lisboa um “impacto tremendo” naquilo que é a região, e concretamente o Barreiro, porque “vai alavancar não só uma série de investimentos”, como garantir “uma maior mobilidade”.
O presidente da Câmara do Barreiro garante, em declarações a O SETUBALENSE, que o concelho está preparado para acolher estas infra-estruturas de “braços abertos”.
Sobre a Terceira Travessia do Tejo (TTT), o autarca defende que não há nenhuma obra que “não traga constrangimentos”, mas realça que a construção da ponte “não vai trazer nenhum prejuízo” para a população, considerando que os benefícios “são incomparavelmente superiores”.
Para o edil, estes projectos têm de ser acompanhados com a “melhoria da mobilidade e acessibilidades” entre os concelhos, considerando ser “imperativo” a expansão do Metro Sul do Tejo a todo o Arco Ribeirinho Sul.
Relativamente à habitação, revela que o Barreiro “não está preocupado”, mas sim preparado. O autarca defende ainda que o município está “preparado e disposto” a fazer a sua parte, através de investimentos com “uma lógica de futuro e com uma lógica de articulação” entre as questões locais e os grandes projectos nacionais.
Álvaro Amaro feliz por decisão “reclamada” há 20 anos
Álvaro Amaro está satisfeito por ter sido decidido algo “reclamado” há cerca de 20 anos pela região de Setúbal e em particular pelo município de Palmela.
“Tivemos razão e ambição, demorou, mas espero que não haja nenhum revés e quanto mais depressa houver decisão e obra no local, melhor”, aponta em declarações a O SETUBALENSE.
Para o autarca, esta decisão faz “crescer a pressão” sobre o território, levando a ter “ainda mais legitimidade” para “vincar a necessidade das reivindicações” feitas em matéria das variantes.
“A fixação de gente e de investimento neste território está a um ritmo muito acelerado e com todo este investimento estratégico que vão criar aqui, é indispensável que eles sejam complementados com estes outros investimentos estratégicos”, aponta o autarca.
O edil palmelense congratula a medida, mas recorda que “não são só 32 dias de trabalho e muito menos de um governo”, mas sim “20 anos de propostas”.
“A razão veio ao de cima e agora é tempo de pôr mãos à obra”, sublinha, com a expectativa de estar “com saúde” para assistir a algo que é “determinante” para o desenvolvimento da região.
Paulo Silva recorda papel do Seixal ao impedir “erro estratégico”
Após ser conhecida a decisão do novo aeroporto, o presidente da Câmara Municipal do Seixal lembrou que foi este município que impediu que fosse cometido um “erro estratégico” para o País.
“Foi sem dúvida à luta da Câmara Municipal do Seixal que impediu que se cometesse um erro estratégico gravíssimo para o País que teria sido a opção Montijo, que foi considerada pela Comissão Técnica Independente como a pior das opções”, disse o autarca.
O edil explicou que o município do Seixal usou na altura todos os meios, nomeadamente o direito de veto, para não deixar avançar a opção Montijo.
“Vale a pena lutar quando temos razão na luta. Na altura fomos muito criticados e disseram que nós os comunistas estávamos contra o desenvolvimento da região. Não, nós estávamos era a lutar pelo desenvolvimento da região de Setúbal defendendo boas opções”, disse.
No caso da opção Alcochete, o autarca sublinha que é sem dúvida a solução que mais salvaguarda as populações, incluindo os munícipes do Seixal, e a melhor em termos económicos e ambientais.
Francisco Jesus pede celeridade sem mais demoras e retrocessos
“Finalmente a decisão mais acertada vingou”. Foi desta forma que Francisco Jesus, presidente da Câmara de Sesimbra, se expressou após ser conhecida a decisão do novo aeroporto.
“Além da construção do novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, que permitirá termos uma solução aeroportuária de dimensão nacional e internacional de médio e longo prazo, saúdo também a medida proposta de alavancar a alta velocidade, via novo aeroporto, e particularmente a construção da nova Travessia do Tejo Rodoferroviária (TTT), entre Lisboa e Barreiro”
Para o autarca sesimbrense, estas decisões trazem uma “grande vantagem” para o concelho de Sesimbra, e vêm “ainda mais” justificar o Plano de Acessibilidades, cuja ligação entre margens aponta “exactamente para essa solução preferencial” a partir do Hub de Coina.
Desta forma, o autarca espera agora que o processo avance “com a celeridade que se exige”, sem mais “demoras e retrocessos”.