O Vitória ganhou sábado ao Boavista, por 3-1, e despediu-se da melhor forma do Campeonato Nacional feminino da 2.ª Divisão, prova em que concluíram a fase de manutenção no 3.º lugar. No Estádio do Bonfim, as comandadas de Cláudia Cruz já venciam ao intervalo por 1-0 graças ao golo de Lígia Deitado. Na segunda parte, Guadalupe Bravo e Sofia Cunha foram as autoras dos tentos que confirmaram o êxito das verdes e brancas.
Na 14.ª e última jornada do campeonato, a timoneira das sadinas fez várias mudanças no onze em relação à ronda anterior, a 27 de Abril, com o Romariz Lousada (derrota por 6-3). Uma dessas novidades foi o regresso de Joana Simões à baliza em detrimento de Cristina Nunes. As outras titulares foram Madalena Louro, Lara Rafaela, Adriana Baguinho, Maria Correia, Inês Pinto, Raquel Baltazar, Ana Silva, Guadalupe Bravo, Lígia Deitado e Carolina Santana.
No encontro em que os responsáveis vitorianos quiseram premiar a boa época realizada pela equipa, proporcionando-lhes a oportunidade de pisar o palco principal do clube, a superioridade das anfitriãs foi materializada no golo obtido, aos 40 minutos, por Lígia Deitado. A avançada, de 24 anos, foi eficaz em zona de finalização desfeiteando a guarda-redes ‘axadrezada’ Ana Silva pela primeira vez no jogo.
A perder por 1-0, o treinador Márcio Santos substituiu no arranque do segundo tempo Matilde Silva por Inês Valente com o objectivo de dar mais solidez e dinâmica ao meio-campo do Boavista. A alteração não surtiu o efeito desejado e a prová-lo está o facto de o Vitória ter ampliado para 2-0 a vantagem no marcador à passagem dos 49 minutos por intermédio de Guadalupe Bravo.
O golo da avançada, de 20 anos, pôs em festa o público que esteve no estádio a aplaudir a equipa pela época realizada e deu ainda maior tranquilidade às pupilas de Cláudia Cruz, técnica que volvidos alguns minutos fez as primeiras duas mexidas na equipa. Carlota Filipe e Inês Moreira renderam Ana Silva e Guadalupe Bravo, autora do 2-0, quando o cronómetro assinalava 55 minutos de jogo.
O Boavista, que veio a Setúbal com a certeza de que não alteraria a 6.ª posição da tabela, lugar que lhe garante a continuidade na 2.ª Divisão nacional em 2024/25, temporada em que volta a estar no mesmo escalão das sadinos, nunca deixou de procurar o golo que lhe permitisse reentrar na discussão do resultado. Foi dessa forma que, aos 68 minutos, a equipa portuense foi recompensada com o golo de Mariana Moreira reduziu para 2-1 a distância no marcador.
Sofia Cunha entrou e… marcou
Apesar da vantagem mínima, o conjunto verde e branco não permitiu que o Boavista chegasse ao empate. Para o êxito final foram decisivas as novas mudanças introduzidas por Cláudia Cruz na equipa. Quando aos 79 minutos, Ana Correia e Sofia Cunha renderam Carolina Santana e Lara Batista, respectivamente, ninguém poderia garantir que a chave da resolução definitiva do jogo estaria aí.
Foi precisamente Sofia Cunha, jovem defesa de 19 anos, que viria a dar a última machadada no jogo ao apontar, aos 90 minutos, o 3-1 final. De salientar que o tento marcado por Sofia Cunha foi o primeiro de sempre da atleta com a camisola do Vitória, clube em que cumpre a sua segunda temporada e que, tal como outras colegas suas, chegou a Bonfim depois de ter feito o seu percurso na Escola de Futebol Feminino de Setúbal.
O 3-1 sobre o Boavista confirmou o pleno de êxitos nos confrontos directos com os nortenhos, uma vez que na primeira volta da prova (sétima jornada) o Vitória já tinha ido ao Porto golear por 4-1. Na altura, Carolina Santana bisou num encontro em que Lígia Deitado (que anteontem também voltou a marcar às axadrezadas) e Francisca Farinha também contribuíram com golos para a conquista dos três pontos.
Refira-se que o emblema setubalense, que se estreou esta época no segundo escalão do futebol nacional depois de há um ano se ter sagrado campeão da 3.ª divisão, conseguiu na fase de manutenção realizar uma campanha tranquila graças aos oito triunfos, dois empates e quatro derrotas contabilizados em 14 jornadas na fase de manutenção. A atestar a boa recta final de prova está o facto de as sadinas terem somado sete dos últimos êxitos nas últimas nove jornadas.