Economista diz que é preciso dar tempo ao novo Governo. AISET elegeu novos dirigentes e alterou estatutos
A Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET) celebrou 10 anos de existência, esta semana, com um jantar, que juntou dezenas de associados, em que o orador-convidado foi o presidente do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade de Lisboa, João Duque.
O economista defendeu a ideia de que a actual solução governativa em Portugal pode funcionar e que, se assim for, os próximos anos devem ser de crescimento económico.
Embora o jantar tenha tido lugar na quarta-feira, ainda antes do debate do programa de governo na Assembleia da República, João Duque já tinha previsto que os líderes partidários, designadamente Luís Montenegro, do PSD, Pedro Nuno Santos, do PS, e André Ventura, do Chega, terão de encontrar formas de entendimento.
“Eles vão ter que aprender a dançar uns com os outros”, afirmou o professor de Economia, fundamentando que a situação política é de “instabilidade no equilíbrio” mas que “ninguém está interessado em desfazer o equilíbrio”. O economista entende que “vai ser preciso dar tempo” ao Governo e aos partidos, para que o sistema funcione, e que, por isso, o crescimento económico ficará entre as previsões do PS e da AD.
Na opinião de João Duque o crescimento económico para 2024 situar-se-á “entre 1,5% e dois e picos por cento”, isto porque o tempo de que a nova realidade parlamentar precisa “vai penalizar o investimento”, pela incerteza que gera nas empresas.
Ainda assim, o economista acredita que as taxas de juro do Banco Central Europeu vão baixar, embora devagar, e que, apesar das várias eleições em diversos países, depois dos conflitos armados na Ucrânia e na Faixa de Gaza terminarem, “temos possibilidade de ter um ciclo económico de dois ou três anos de crescimento”.
Antes do jantar, na Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, concelho de Palmela, a assembleia geral da AISET votou e aprovou por unanimidade as contas de 2023 e o plano de actividades e orçamento para 2024.
Foi aprovada também, por unanimidade, uma alteração dos estatutos da associação, relativamente à composição do conselho de fundadores. A partir de agora podem ser convidados para este órgão associados ordinários ou associados de mérito. Uma forma de compensar algumas saídas como foi o caso da Continental Teves, empresa que cessou a actividade em Portugal.
Foram também eleitos os novos órgãos sociais da AISET, em que Nuno Maia (Secil) é reconduzido para mais um mandato como director-geral. O presidente do conselho de fundadores passa a ser Nuno Santos, em representação da Lisnave, a nova presidente da assembleia geral é Ângela Lemos, do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), e, como presidente do conselho fiscal, fica António Marques, da Sapec.
Além de representantes de muitas empresas sócias da AISET, estiveram presentes no jantar outras personalidades como o bispo de Setúbal, cardeal Américo Aguiar, e o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro.
Novos corpos sociais
Mesa da Assembleia Geral: Ângela Lemos, do Instituto Politécnico de Setúbal (Presidente); Gonçalo Eiras, da aicep Global Parques (vogal); e Carlos Brás, da Navigator Company (vogal).
Direcção: Nuno Maia, da Secil (director-geral); João Costa, da ATEC – Academia de Formação; Luís realista, da AVE – Gestão Ambiental e Valorização Energética; Nuno Flores, da Introsys – Automação Industrial; Luís Gomes, da Hovione; e Susana Coito, da Raporal.
Conselho Fiscal: António Marques, da Sapec (presidente); Margarida Calixto, da SGL Carbon; Leonor Freitas, da Casa Ermelinda Freitas; e Susana Azevedo, da Setair (Técnica Oficial de Contas).
Conselho de Fundadores: Em novembro de 2023 já tinham sido eleitos novos membros do Conselho de Fundadores, nomeadamente Nuno Santos, da Lisnave (presidente); Marco Dinis, da Siderurgia Nacional/ Megasa (vice-presidente); e Manuel Carvoeira, da Lusosyder (secretário). Cessaram funções nesse órgão Antoine Velge, da Sapec, que era presidente, e Carlos Abreu, da Secil, que era vice-presidente.