Artistas Unidos trazem Arthur Miller ao palco do Luísa Todi

Artistas Unidos trazem Arthur Miller ao palco do Luísa Todi

Artistas Unidos trazem Arthur Miller ao palco do Luísa Todi

Uma peça emblemática de um dramaturgo fundamental do teatro americano. O enredo remete o público para o estranho pulsar dos anos 50 com obsessão e desconfiança a cada passo

 

 

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“Do Alto da Ponte”, uma peça de Arthur Miller que decorre nos portos de Nova Iorque entre emigrantes italianos; suspeição, ciúme, delação e traição no início da caça às bruxas do MacCarthismo, vai estar no palco do Fórum Municipal Luísa Todi no próximo sábado: Mas pode ser vista já hoje no Teatro Municipal de Almada.

Com encenação de Jorge Silva Melo, os Artistas Unidos mergulham no teatro de um dramaturgo fundamental do teatro americano numa peça que cruza a traição, lei antiga, e sangue de gente pobre remetidos aos anos 50 e dias de hoje.

Jorge Silva conta que entrou na leitura “Do Alto da Ponte” numa noite de inverno e começou a ajustar cada personagem aos actores com quem trabalha. “Mas como podes não fazer esta peça vibrante? Estes papéis não foram escritos para eles?”, reflectiu para responder a si próprio: “acho que foram”. Para o encenador este texto encaixava-se nas paixões vividas porque é de paixões que trata esta tragédia que Miller coloca nas docas de Nova Iorque.

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A peça passa-se na América dos anos 50, num bairro italo-americano perto da Brooklyn Bridge, em Nova Iorque e emprega o coro e o narrador na personagem de Alfieri. Eddie, o trágico protagonista, tem um amor impróprio, quase como uma obsessão, por Catherine, a sobrinha órfã da sua esposa Beatrice. Esse amor de Eddie, faz com que não aprove o namoro de Catherine com o seu primo, Rodolpho.

O interesse de Miller em escrever sobre o mundo das docas de Nova Iorque surgiu de um guião não produzido que desenvolveu com Elia Kazan no início dos anos 50 (The Hook) que abordava a corrupção nas docas de Brooklyn. Mais tarde, Kazan dirigiu Há lodo no cais, que tratava o mesmo tema. Miller ouviu um relato de um advogado que trabalhava com estivadores que, posteriormente, desenvolveu no enredo de Do Alto da Ponte.

“Não se trata de uma história exemplar, de um  herói, nem sequer de uma vítima do sonho americano. Com violência rara, Arthur Miller fala de um homem que trai”, diz Jorge Silva Melo.

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