28 Junho 2024, Sexta-feira

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Sindicato denuncia sete enfermeiros com gripe A no Garcia de Orta

Sindicato denuncia sete enfermeiros com gripe A no Garcia de Orta

Sindicato denuncia sete enfermeiros com gripe A no Garcia de Orta

Presidente do conselho de administração diz que apenas “três enfermeiros” contraíram a doença e que “só dois são do serviço da urgência”

 

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses alertou hoje que sete enfermeiros foram diagnosticados com gripe A no Hospital Garcia de Orta, em Almada, devido à sobrelotação e à forma como os doentes são encaminhados, mas a administração do hospital desmente.

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“Há, pelo menos, sete enfermeiros confirmados com gripe A. Deve-se à sobrelotação e à forma como os doentes estão a ser encaminhados na própria urgência e, em particular, nos serviços de internamento. Foi onde tivemos, não só casos de gripe A diagnosticados em duas enfermeiras, mas também uma utente com gripe A que esteve internada em corredor, ou seja, sem qualquer medida de protecção em termos de contágio”, disse à Lusa a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Zoraima Cruz Prado.

Contudo, o presidente do conselho de administração do Garcia de Orta, Joaquim Ferro, afirmou hoje que apenas “três enfermeiros” contraíram a doença, e que “só dois são do serviço da urgência”, os quais tiveram tratamento e isolamento em casa e já retomaram ao serviço.

“É preciso sobretudo esclarecer a população de que este vírus, esta gripe que há uns anos estávamos um pouco alarmados, mas que hoje é um vírus perfeitamente normal, dominável e tratável pelos tratamentos correntes e que não apresenta qualquer espécie de perigo”, explicou.

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Joaquim Ferro referiu também que a administração tem alertado os profissionais “para que se vacinem”, garantindo que os três enfermeiros contagiados “não estavam vacinados”.

Além desta situação, o SEP advertiu que o hospital se encontra “sobrelotado”, mas que se mantém o número de profissionais em cada turno, levando à “exaustão” das equipas.

“O número de enfermeiros não é suficiente. A lotação chega a ser de 65 utentes para quatro ou cinco enfermeiros”, avançou.

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Zoraima Cruz Prado denunciou também uma situação de “ameaças” aos enfermeiros que, por motivos de doença, deixaram de trabalhar nas urgências.

“São enfermeiros que trabalharam muitos anos na urgência e saíram a seu pedido, mas, face a este cenário de sobrelotação e necessidade de enfermeiros, estão a ser chamados a voltar, só que alguns não têm mesmo condições para o fazer e infelizmente estão a ser coagidos e ameaçados para voltar e isto é intolerável”, frisou.

Um dos motivos que tem levado ao aumento de doentes no hospital de Almada, na visão da dirigente sindical, é a greve do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Almada e Seixal, no atendimento complementar aos fins de semana e feriados.

“A greve nos centros de saúde ocorre a um atendimento complementar que é uma espécie de urgência ao fim de semana, para que os utentes em vez de se deslocaram ao hospital, nos casos menos graves, possam deste logo ser diagnosticados e tratados no próprio centro de saúde. Ora, se está fechado, as pessoas estão doentes e têm que ir para o hospital. Isto agrava o recurso à urgência hospitalar”, explicou.

Os enfermeiros do ACES de Almada e Seixal encontram-se em greve desde 01 de Dezembro, para que o atendimento complementar passe a ser considerado como horas extraordinárias e vão continuar a paralisação até que a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo apresente uma proposta.

A Ordem dos Médicos também denunciou ontem que a urgência pediátrica do hospital Garcia de Horta corre o risco de fechar durante o período nocturno por falta de médicos, mas Zoraima Cruz Prado avançou que, do que tem conhecimento, o número de enfermeiros neste serviço “é suficiente e tem conseguido dar resposta”.

Lusa

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