A Associação José Afonso, que assinala também os 30 anos da sua constituição, vai organizar em treze cidades do país uma série de concertos, tertúlias, debates e exposições para relembrar a vida e obra de José Afonso, que desapareceu a 23 de Fevereiro de 1987
A Associação José Afonso (AJA), com sede nacional na Casa da Cultura, em Setúbal, pretende “relembrar Zeca Afonso pela sua poesia, canto e intervenção cívica e política na sociedade portuguesa”, segundo António Sequeira, membro da direcção da AJA, com iniciativas centradas naquele equipamento cultural “pelo menos uma vez por mês”.
Um dos destaques da programação é o lançamento ao público da revista “AJA – 30 anos”, na sala de exposições da Casa da Cultura, dia 4 de Abril às 17h. No momento vão estar presentes Maria do Céu Guerra e Manolo Bello, que testemunharam a assinatura da escritura de constituição da AJA, na Casa do Bocage, em Setúbal, a 18 de Novembro de 1987.
A revista é apresentada no contexto de uma exposição fotobiográfica representativa dos 30 anos da associação, com várias páginas da revista em formato ampliado. Outra exposição, “8 Fotos, 8 Versos”, apresentará ao público trabalhos da fotógrafa setubalense Maria Poeiras. A animação musical do evento fica a cargo da Tuna Barbosa do Bocage. No mesmo dia, à noite, Francisco Fanhais, presidente da Direcção da AJA, e Pedro Fragoso actuam num concerto de entrada livre na Sala José Afonso da Casa da Cultura, às 22h.
Outro dos focos na programação, a nível local, é o colóquio “Zeca Afonso, Professor” a ter lugar na Sala José Afonso, no dia 11 de Março, às 21h30. O encontro divulgará “uma faceta pouco conhecida” do autor, que foi professor em várias localidades portuguesas e em Maputo, entre 1964 e 1967. A iniciativa tem já confirmada a participação do Secretário de Estado da Educação, João Costa e de duas ex-alunas, de Setúbal e Moçambique, numa mesa dirigida por Ana Pires Sequeira, professora da Escola Superior de Educação de Setúbal, do Instituto Politécnico.
A Casa da Cultura recebe depois um concerto de homenagem pelos 75 anos do nascimento de Adriano Correia de Oliveira (Abril de 1942), intérprete da canção de Coimbra e cantor de intervenção. Será no dia 14 de Abril, na Sala José Afonso, às 22h.
Ainda no mês da liberdade, a Associação José Afonso prevê realizar o projecto “30 Anos, 30 Artistas Plásticos”, convidando artistas da ARTISET – Associação de Artistas Plásticos de Setúbal a pintar sobre Zeca Afonso.
Exposições e reedições
“Geografias de Uma Vida” é uma das exposições em destaque, com visita possível na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, entre 14 e 28 de Abril, e que vai andar em digressão por Alcântara, Almada, Santo André, Santiago do Cacém e Faro.
A exposição “Desta Canção que Apeteço”, sobre a obra discográfica de José Afonso, é outro dos destaques da programação, que chegará ainda a várias escolas e juntas de freguesia de todo o país com exposições biográficas sobre José Afonso organizadas pela associação setubalense.
O CD duplo “Galiza a José Afonso”, gravado num concerto vivo em 1985, foi reeditado também a propósito desta iniciativa e será vendido nos núcleos da AJA; e também o livro “Escritas do Maio, escrever com José Afonso”, de Miguel Gouveia, foi reeditado.
A Associação José Afonso, fundada a 18 de Novembro de 1987, procura dar a conhecer “a personalidade e o papel de José Afonso”, promovendo a sua obra e o funcionamento de um centro de documentação. Contando com 14 núcleos em Portugal e com um em Bruxelas, na Bélgica, a AJA viu o seu projecto comemorativo “Insisto Não Ser Tristeza” declarado de “interesse cultural” a 15 de Novembro de 2016, pelo Ministério da Cultura. Em 2010, a instituição foi declarada pessoa colectiva de utilidade pública.
A programação nacional do evento “30 Anos – Insisto Não Ser Tristeza”, baseado no poema de Zeca Afonso, começa na sede da associação em Lisboa, dia 26 de Janeiro, e segue pelas cidades de Braga, Porto, Aveiro, Abrantes, Santarém, Vila Franca de Xira, Lisboa, Seixal, Almada, Setúbal, Santiago do Cacém, Évora e Faro.