Num tempo de pós-verdade torna-se essencial refletir sobre a relação entre jornalismo e democracia

Num tempo de pós-verdade torna-se essencial refletir sobre a relação entre jornalismo e democracia

Num tempo de pós-verdade torna-se essencial refletir sobre a relação entre jornalismo e democracia

8 Agosto 2024, Quinta-feira
André Martins

Com grande satisfação e orgulho saúdo o jornal O SETUBALENSE pelo seu 169º aniversário. A longevidade do jornal é, sem dúvida, motivo de celebração para toda a comunidade setubalense, mas o maior motivo de regozijo continua a ser o importante papel que este jornal ainda hoje desempenha.

Quando celebramos os 50 anos do 25 de Abril de 1974, e perante velhas ameaças que voltam à ordem do dia, torna-se essencial refletir sobre a relação intrínseca entre jornalismo e democracia, em particular num tempo de pós- -verdade em que os factos são suplantados pela opinião individual, como se os factos não fossem incontroversos.

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O SETUBALENSE foi, no pós-25 de Abril, uma das vozes mais ativas no relato da Revolução, na transmissão das emoções progressistas para combater saudosismos contrarrevolucionários, as mesmas emoções que muitas vezes se exacerbaram nas ruas, nas discussões nas associações e coletividades de bairro e nos órgãos autárquicos.

Afinal de contas, era mesmo de uma Revolução que se tratava. Quem aqui viveu esses tempos lembra-se bem de quando alguém, para denunciar qualquer problema, ameaçava que ia “chamar O SETUBALENSE”. Era o tempo de uma imprensa erigida em suprema defensora da liberdade conquistada de cravo na espingarda.

O SETUBALENSE, naqueles tempos que parecem já longínquos, era o espaço em que se cruzavam ideias e convicções ideológicas. Nas colunas do jornal combatiam-se os “tempos da outra senhora” e o bafio fascista que, naquela época de tanto entusiasmo, parecia finalmente ter-se evaporado.

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É um lugar-comum afirmar que se respirava liberdade, mas era mesmo verdade. As páginas daquele velho jornal exalavam o aroma da tinta fresca com cheiro a liberdade e democracia. Quem viveu aqueles anos sabe que até o ar que se respirava parecia outro.

Aquele que é um dos mais antigos jornais do país ainda em publicação tem contribuído significativamente para o fortalecimento da democracia local e nacional. Através da sua intervenção cívica, tem promovido o debate público, a pluralidade de opiniões e a defesa incansável dos valores democráticos.

A Câmara Municipal de Setúbal expressa o seu profundo reconhecimento e gratidão a todos os profissionais que, ao longo dos anos, dedicaram o seu trabalho e empenho a O SETUBALENSE. Graças a eles, a população de Setúbal tem acesso a uma informação que lhe diz respeito, essencial para a tomada de decisões conscientes e para a participação ativa na vida democrática.

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Neste aniversário, renovamos o nosso compromisso de continuar a apoiar e valorizar uma imprensa livre e responsável, cientes de que ela é vital para a manutenção e aprofundamento da democracia. O SETUBALENSE, com a sua longa história e dedicação, continua a ser um exemplo de como o jornalismo pode e deve servir a sociedade.

Parabéns a O SETUBALENSE pelo seu 169º aniversário. Que continue a ser uma voz ativa e independente em Setúbal, defendendo a liberdade, a justiça e a democracia.

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