Despertar de consciências para os valores de Abril foi a principal finalidade de várias mostras que estiveram no município
Inspirado no poema “As portas que Abril abriu”, de José Carlos Ary dos Santos, este é o nome da exposição patente na Fortaleza de Santiago, em Sesimbra, e que esteve disponível para visitas até 31 de Julho. Estas “portas” abriram-se a 25 de Abril e foram cerca de quatro meses em que estiveram disponíveis para visitas do público.
Em mostra estiveram mais de 25 portas que foram criadas por alunos das escolas do concelho sesimbrense em que o motivo principal foi a Revolução dos Cravos.
“Evidenciar as conquistas e ideais de Abril, através da arte, criatividade e expressão artística de alunos e professores contribuindo para um despertar de consciências, dos valores de Abril e dos direitos fundamentais da Constituição da República, por forma a garantir que jamais sejam fechadas as portas que Abril abriu”, foi assim que a Câmara Municipal de Sesimbra descreveu esta actividade.
Cravos, livros, poemas, desenhos e muitos outros elementos gráficos alusivos à paz e à Liberdade foram os escolhidos pelos estudantes para explicar, no seu entendimento e com- preensão, quais são os significados do 25 de Abril de 1974.
Também noutros dois pontos da vila, mas até ao final do mês de Maio, estiveram outras duas exposições que expressaram os valores de Abril. Na Avenida 25 de Abril, à beira-mar, foi o movimento associativo quem contribuiu para um “retracto abrangente das colectividades a nível nacional e local como principal pilar da oferta cultura e desportiva disponibilizada à população”.
Já na Biblioteca Municipal de Sesimbra a responsabilidade esteve do lado das IPSS do concelho para traçar o “Caminho de Abril”. A história destas instituições, coordenadas com os acontecimentos que decorreram no ano de 1974, ajudaram os visitantes a perceber o papel que estas também tiveram no desenvolvimento e construção da Democracia.
Crianças, adultos e idosos do concelho contribuíram, através destas mostras artísticas, para mostrar perspectivas e ideias diferentes sobre o que são os valores basilares da Democracia e da Liberdade.
José Afonso não foi esquecido em matéria de comemorações musicais no concelho. “Por Terras do Zeca” é o nome do projecto de Davide Zaccaria, Maria Anadon, Filipa Pais, Vítor Paulo e Luiz Já na Biblioteca Municipal de Se- Caracol, que levaram ao palco da Festa das Chagas, no dia 25 de Abril, a memória do cantautor que, durante a sua vida, teve passagem pela região.
João Gil tocou no Parque da Vila, na Quinta do Conde, e seguiu-se, no Castelo de Sesimbra, o espectáculo “Aqui Está-se Sossegado” do fadista Camané e do pianista Mário Laginha que encerraram a ronda de música pelo concelho que celebrou os 50 anos de Liberdade.